Sunday, January 21, 2007

Regresso ao passado


Era um dia que eu antevia interessante. O dia em que eu ia entrevistar alguém que me faria lembrar de um passado a que eu gostaria de voltar e de onde nunca deveria ter saído. Tenho saudades desses tempos.

A Académica é um dos poucos clubes portugueses que tem jogadores oriundos dos Balcãs no seu plantel. Iria ter a oportunidade, naquele dia, de entrevistar o médio Milos Pavlovic e de falar com alguém dessas paragens muitos anos depois.

Não sabia como iria reagir. Aquele encontro levar-me-ia a recordar a fase mais feliz da minha vida. Tive um amigo que também se chamava Milos que nunca mais vi, tal como os outros. Ele está numa das fotos que o outro dia coloquei neste blog, já não seu a que propósito. Todas aquelas fotos eram de pessoas que adoraria ver novamente.

O tempo passou. Muita coisa aconteceu e agora só me restam as fotos, as lembranças e alguns sonhos que me deixam bastante triste quando acordo. O destino encarregou-se de me tirar tudo aquilo que eu tinha e me fazia feliz: os meus amigos. Hoje estou aqui. Estou a viver uma fase alegre da minha vida e isso faz-me reencontrar com tudo aquilo que eu perdi. Nem que seja apenas por uma coincidência de nomes.

A entrevista teve de ser toda feita em Inglês. Era um teste à minha capacidade de interpretar e de falar. Nunca antes havia feito uma entrevista noutra língua. O contrário já aconteceu.

Tudo correu bem. Consegui fazer a entrevista e também consegui traduzi-la para a transcrever. A magia daquele dia em que me senti voltar aos meus bons momentos terá pesado para que conseguisse.

Era segunda-feira. Havia que regressar a Coimbra para um dia que se antevia especial pelos motivos que acima referi.

Os gatos andavam muito activos de manhã. Mong e Feijoa já por ali andavam bem cedo. A gata estava sentada em cima do microondas. Parecia uma qualquer porcelana. Mong deitou-se no sofá à espera da comida.

Quando estava para sair, cortou o escuro da noite o miar de um gatinho. Disse à minha mãe para ir ver o que era. Poderia ser algum gatinho que tivessem abandonado ali. Afinal eram das minhas vizinhas.

E logo teve de começar a chover quando me ia a ir embora. Tive de levar um casaco pelas costas, mas molhei-me na mesma.

Andava tudo doido na estrada e arredores. A nossa camioneta ameaçou não chegar a Coimbra. Esteve largos minutos parada a fazer não sei o quê.

Era o caos com o trânsito em Coimbra. É o que eu digo: quando está a chover aparece tudo na rua. O autocarro também abarrotava de pessoas. Parecíamos sardinhas em lata ali. Nem espaço havia para respirar.

Cheguei finalmente a casa e fui trocar de roupa e de calçado. Reparei como tinha a minha perna (ver foto) e fui à farmácia comprar qualquer coisa para a tratar. E calcei as sapatilhas responsáveis por aquela lesão.

O dia na Académica prometia. Aquela entrevista mexia comigo por todos os motivos e mais alguns. Tinha de a preparar bem para que nada falhasse.

A chuva deu tréguas. Fui para a aula e vim com um tempo excelente. A aula foi dedicada a referências temporais. Foram introduzidas as horas e estivemos a ver um filme nos computadores.

Fui para casa a cantar uma música em Holandês que tinha ouvido. Antes tinha ainda de ir ao Pingo Doce.

Situação do dia:
Já parecia o Maarten do filme que vimos na aula a percorrer o Pingo Doce a toda a pressa. Parecia um contra-relógio de compras.

Bacorada do dia:
“Se alguém desta vez errou ixo...” (tal era a fúria.)

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