Sunday, January 14, 2007

Eu adivinhei

Era mais fácil de prever este desfecho do que propriamente a chave do Euromilhões. Uma pessoa que tenha um razoável conhecimento do mundo velocipédico podia adivinhar que a Rabobank seria o mais que provável destino de Koos Moerenhout.

Como conhecedora do Ciclismo Holandês e da Rabobank, previ isso há uns meses atrás, a partir do momento em que se tornou público que a Phonak iria fechar as portas devido aos constantes escândalos de doping que envolvem alguns dos seus ciclistas. (ver texto “Os bons filhos à casa tornam”)

Nem sequer foi em tom de brincadeira que escrevi que o regresso à Rabobank seria uma possibilidade para Moerenhout. Também não se tratou de uma suposição. Foi uma mistura das duas coisas.

Recordemos então o que eu escrevi na altura e que se veio a confirmar, sem surpresas pela minha parte:

“Por último e para colocar um ponto final neste capítulo dedicado aos antigos atletas da Rabobank, ou eu muito me engano, ou outro atleta que já vestiu de laranja e azul poderá regressar em 2007. Estou a falar do amigo do Van Bon- o Koos Moerenhout. Este atleta representa a Phonak que tem os dias contados no mundo do Ciclismo. A associação de atletas da equipa suíça a dossiers relacionados com doping leva ao fechar de portas e ao desemprego de todos os seus elementos que não têm culpa de tudo o que está a acontecer.

A confirmar-se também o regresso de Moerenhout à Rabobank, temos de volta a “velha guarda”. Com o abandono de ciclistas como Erik Dekker e Marc Wauters, estes “novos” elementos que reforçam a equipa poderão ser preciosos na manutenção da mística laranja e azul.”

Como eu estava certa e ainda bem!

Naquela manhã estava Sol. O dia prometia ser bom para treinar e para andar na rua a aproveitar enquanto as agruras do Outono davam tréguas.

Pela nossa parte, o dia decorreu calmamente, mas na outra sala o ambiente estava de cortar à faca com berros e gritos estridentes. Como eu andava desavinda com a formadora que lá estava a dar aulas e que estava a ser uma das protagonistas também daquele conflito, desabafei.

Fui dizendo que era bem feito tudo o que se estava ali a passar. Era para ela saber que eu não sou a única pessoa ali dentro que é má. Há pessoas piores que até lhe hão de bater e por aí fora. Disse também que ela teve muita sorte em ter dito o que disse a mim. Se fosse aos outros estava já com uma tareia.

Admito que disse tudo isso. Não precisava que as más-línguas da minha turma fossem contar-lhe. Aliás, todos pensam o mesmo. Eu é que exteriorizo o que sinto e sou sincera. Não ando aqui para enganar ninguém ou para me esconder debaixo da capa de falsos sentimentos. Sou frontal e quero que toda a gente tenha igual comportamento para comigo. O que alguém foi fazer no outro dia foi do mais rasteiro e deplorável que já vi. Se eu descubro quem foi a víbora! Sinceramente, agora nem sei em quem confiar. Apenas tenho a certeza que não foi uma pessoa porque não estava na sala naquele dia. O resto para mim já não conta. Detesto gente hipócrita!

O dia estava óptimo para fazer um treino mais específico. Depois das habituais quatro voltas de aquecimento e de alguns alongamentos, decidi fazer quatro séries de sensivelmente 800 metros para a casa dos cinco minutos. Eram sempre mais de 800 metros porque sempre corro nas pistas de fora. Os tempos registados foram os seguintes:

1. 5.23.13
2. 5.23.68
3. 5.22.25
4. 4.59.97

Estas séries tiveram apenas três minutos de intervalo entre si e a última foi feita a ritmo mais forte. Mais uns alongamentos e o treino terminou. Sentia-me bem!

Como o treino foi bastante puxado, não admira ter adormecido a ver televisão. Acordei de madrugada ao som da Procissão das Velas em Fátima.

Algumas horas mais tarde iria acordar para viver um dia emocionante e embaraçoso. Afinal tratava-se de uma Sexta-feira 13!

Bacorada do dia:
“Vocês estão sempre com um olho no ouvido.” (Por isso somos pitosgas.)

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