“o Jardim Esquecido” (impressões pessoais)

 

Uma história empolgante. Foi a minha sugestão de leitura para livro do mês do nosso grupo de leitura e acabou vencendo.

 

Esta história tão misteriosa cativa o leitor do princípio ao fim. Elisa é uma personagem com a qual me identifico. Numa altura em que a sociedade era toda cheia de regras, etiquetas e aparências, nomeadamente a classe mais alta inglesa, surge Elisa que sempre foi diferente, tal como o era a sua mãe e, de certa forma o seu tio.

 

Falamos tanto hoje dos direitos das mulheres noutros países e não nos lembramos que ainda há não muito tempo eramos assim também. Se o homem se apaixonasse por uma criada, não havia mal nenhum em a aceitar no seio da família, contando, claro está, que não se viesse a saber e que essa mesma pessoa de classe baixa fosse ainda mais comichosa do que aquelas que sempre nasceram em berço de ouro. A mãe da Elisa foi obrigada a sair de casa e a viver em extrema pobreza com os seus filhos.

 

A família procura Elisa e tenta-a enquadrar a todo o custo na sua vida. Obviamente ela não se encaixa. A tia incumbe na sua frágil filha a tarefa de a adaptar mas quase que surge o contrário. Aquela mãe era uma pessoa tóxica para a própria filha e, com a desculpa de ela ser doente e delicada, chamava sempre um médico sempre obcecado em fazer experiências. Rose nunca pôde gerar um filho. Havia que recorrer a outro ardil.

 

Rose e o marido são vítimas de um acidente de comboio e Elisa, emparedada no seu chalé com o seu jardim é impedida de frequentar a casa da família. Então ela vai para a Austrália e leva a menina de quatro anos com ela. Ela pede á criança que se esconda e fique ali até ela voltar mas ela nunca mais volta e a criança segue escondida no  navio até ao outro lado do mundo- à austrália.

 

Um senhor que trabalha no porto acolhe a criança e cria-a como sua filha, só lhe contando a verdade quando esta é já adulta. A partir daí, com o livro de Elisa que guardava na mala que trazia quando foi encontrada, Mel tenta desvendar o seu passado. Isso leva-a de volta a Inglaterra e á compra do chalé de Elisa. Ela pretendia mudar-se para lá mas a chegada da sua neta Cassandra para viver com ela altera-lhe os planos.

 

Já com uma idade avançada, Mel morreu e  Cassandra vai procurar as peças que faltam na conturbada origem da sua avó.

 

Um livro misterioso e viciante. Para ler de um só fôlego.

 

De referir que as minhas colegas de leitura elegeram esta obra como provavelmente a melhor desde que há eleição de um livro para se ler durante um mês.