Friday, December 16, 2011

Voos



Que noite! E começou bem cedo porque adormeci a ouvir as notícias do Desporto e deixei o rádio ligado na Renascença. Discutia-se o futuro do euro num programa de informação que começa por hábito às onze da noite.

Sonhei que estava em casa. Se bem me recordo, estávamos todos na casa de forno quando começou a chover torrencialmente, de uma forma muito estranha como nunca antes tínhamos ouvido.

Corri para a casa de banho para ver a chuva a cair através da janela que dá para o pátio. Era realmente uma chuva muito forte que caia a jorros. Nunca antes havia visto algo do género.

A chuva começou a ser também acompanhada de fortes trovoadas. Desloquei-me até à porta da sala com a intenção de sair para a rua, colocar-me debaixo do alpendre da eira e filmar mais esta tempestade com o telemóvel.

O que vi quando me aproximei da porta deixou-me completamente boquiaberta de espanto. Os meus movimentos ficaram todos bloqueados. Nunca tinha visto nada assim. Não conseguia abrir a porta e muito menos conseguia colocar o telemóvel a gravar aquele impressionante espectáculo.

Uma forte luz lilás atravessava o Céu de um lado ao outro. Era como se um relâmpago não passasse e ficasse ali parado no meio do Céu, iluminando a paisagem tal como se estivéssemos no início de um dia. Se quiserem ter uma ideia aproximada de como estava o Céu, vejam a foto que apresento aqui. Já foi tirada há tempo, ao amanhecer, mas era quase assim que o Céu se apresentava no meu sonho. Ah, esqueci-me de referir que o sonho se situa num espaço temporal entre as onze da noite e a meia-noite. Àquela hora não era para estar o Céu tão claro.

Ainda tentei abrir a porta à força mas não consegui. Primeiro não havia chave e depois não conseguia mesmo. Ao fim de muitas tentativas, decidi usar dos super-poderes que tenho em sonhos. Atravessei o vidro da porta e planei até ao outro lado da estrada, como fiz também em sonhos no outro dia. O clima na rua estava muito estranho.

Atravessei uma densa zona de vegetação e fui dar a um local onde duas idosas estavam calmamente a conversar. Passei-lhes por cima.

Acordei. Estes momentos algo mágicos deste sonho não me saíam da cabeça. Estava fascinada, intrigada, não sei explicar coo me sentia.

Continuemos com a temática dos voos para descrever o próximo sonho que já tem contornos de pesadelo. O voo aqui ganha proporções trágicas.

Só acordei quando eram quatro e vinte e oito da madrugada. Estava em sobressalto porque os pesadelos estavam de volta.

O sonho até tinha começado com uma dança estranha que consistia em nós nos entrelaçarmos todos uns nos outros. Isto ocorria num espaço onde o chão era de tijoleira de uma tonalidade cinzenta.

Prosseguiram os sonhos com uns comprimidos vermelhos, semelhantes a Trifene, que se esmagavam todos ao mais pequeno toque. O meu vizinho tinha de tomar aqueles comprimidos.

Vamos então descrever o trágico voo! Estava a ver televisão a seguir ao almoço. Estava a dar um jogo de Futebol em que uma das equipas intervenientes era o Guimarães. Um jogador do Guimarães chamado Campinho havia entrado há escassos minutos e tinha marcado um golo que festejou de forma efusiva. O jogador colocou-se num pilar por cima das bancadas, desequilibrou-se e despenhou-se no vazio. Ainda distava uma altura considerável até ao solo. Aquilo era uma espécie de fosso.

Uma vista aérea a partir de câmara instalada num helicóptero procurava o local exacto onde o jogador teria caído. Era muito lá ao fundo e houve necessidade de colocar o zoom da câmara quase no máximo. Quando a imagem chegou, os repórteres que estavam a fazer a cobertura do jogo estavam chocados e pediam desculpas aos telespectadores pelas imagens chocantes que chegavam daquele acidente.

O jogador jazia lá muito em baixo. Era uma massa disforme e avermelhada de sangue. Ainda não havia confirmação oficial sobre o seu estado, até porque o local era de difícil acesso para os socorristas. A julgar pelas imagens que nos chegavam, tudo indicava que já não estivesse vivo. Se ainda estivesse, poucos ossos lhe restariam inteiros.

Quando voltei a adormecer depois de ter acordado deste pesadelo, sonhei que a minha irmã não parava de dar toques…numa bola dentro do quarto que partilhávamos. Essa foi boa!

Sonhei ainda com uma gato branco com manchas pretas que tinha escondido no meu quarto. Um dia resolvi experimentar a colocá-lo na rua para ver o que diziam os meus amigos e familiares.

Sonhei igualmente com uma discussão em torno de uma música dos Scorpions. No sonho não me recordava do nome dessa música mas sempre fui dizendo que era a minha favorita da banda alemã.

Depois de votas e mais voltas, peripécias e mais peripécias, a noite onírica acaba por voltar aonde tudo começou. Lembram-se? Um estranho temporal.

Agora a minha mãe teima em ir para a rua. Ate à Moita ou até Vila Nova. Nós fazíamos de tudo para a demover. No horizonte traçava-se um estranho temporal que prometia fazer grandes estragos. Sempre era melhor ficar em casa resguardada daquela intempérie. Eu disse-lhe que havia sonhado com um estranho temporal. Estava-me a referir ao primeiro sonho que tivera nesta agitada travessia onírica.

Conseguimos que ela ficasse mesmo por casa. Uma prima minha e outra rapariga desconhecida passaram por lá. Traziam imensas canetas. Algumas delas estavam partidas e outras já não me serviam para coleccionar porque já tinha iguais.

Acordei. Já há muito que não tinha uma noite tão agitada. Há anos mesmo. De referir que andei quase todo o dia a pensar qual era o título daquela música dos Scorpions com que sonhei. Ao fim de muito puxar pela cabeça, consegui lembrar-me. A música era esta:



Quanto ao jogador que fez parte do meu sonho, lembro-me de há dias ele ter disputado um qualquer jogo da Taça mas não me recordo em que clube é que ele joga. No Guimarães não é de certeza.

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