Tuesday, January 11, 2011

Não cabiam todos na sala de aula

Regressava-se às aulas. A natural felicidade desses longínquos tempos regressava ao meu espírito, embora em forma de sonho.

Alguns colegas de liceu, de faculdade e alguns desconhecidos marcavam presença como protagonistas. Eram muitos, como se vai ver.

Antes de entrarmos na sala de aula estávamos muito alegres e ansiosos. Exibíamos estranhas revistas e em minha casa chegaram a haver estranhos discos antigos e poeirentos.

Apesar do entusiasmo, só cinco ou seis pessoas compareceram ao início da aula numa pequena sala que pelos vistos existia no interior da ESEC sensivelmente no mesmo local por onde na realidade se entra para a secretaria. Eu estava entre esse reduzido número de alunos. A aula teve início com esses estudantes.

A professora mandou uma aluna conhecida como Caty mas que na verdade se chamava Paula, ler um excerto de um livro bastante complexo e de cariz altamente científico. Eu acompanhava a leitura da minha colega e ia sublinhando passagens da obra que achava relevantes.

Durante a leitura, o resto da turma entrou quase ao mesmo tempo na sala de aula. Eram imensos. Centenas de alunos que já não conseguiam sequer entrar, quanto mais arranjar lugar para se sentarem. Assim não havia condições.

Perante as queixas dos estudantes, a professora lamentou as condiçõ0es em que se estava a leccionar mas sempre se deu por feliz com o facto de a sala de aula ser melhor do que a do ano passado.

Quando acordei imediatamente me lembrei dos alunos que iam ficando para trás na disciplina de Matemática. Acumularam de tal forma que chegaram a ser mais de uma centena a ponto de também não caberem na sala. Só para tornar mais leve o ambiente na sala, eu resolvi fazer a cadeira nesse mesmo ano.

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