Tuesday, January 25, 2011

“A Castro” (Impressões pessoais)



Foi já há muitos anos que estudei esta novela clássica da autoria de António Ferreira. Julgo que devia andar no décimo ano. Hoje, estando em Coimbra, a leitura desta obra tem outro significado.

O grande mestre do Classicismo português escolheu um acontecimento real da nossa história para o transformar numa tragédia clássica. O amor proibido entre D. Inês de Castro e D. Pedro- futuro rei de Portugal- foi um dos mais emocionantes e dramáticos acontecimentos da história. A morte de D. Inês na Quinta das Lágrimas foi o desfecho imerecido deste alegadamente inofensivo romance.

Sempre fiquei com a ideia de que o pai de D. Pedro, o Rei D. Afonso IV tinha sem dó nem piedade ordenado que D. Inês fosse morta. Aqui António Ferreira apresenta-nos os factos de uma forma mais dramática.

D. Inês terá mesmo conseguido demover o Rei dos seus intentos de a matar, apresentando-lhe os seus quatro netos. O Rei cedeu mas os seus conselheiros insistiam na sua morte. Sem saber o que fazer, D. Afonso IV delegou aos conselheiros a decisão de a deixar viva ou não. Eles decidiram cruelmente que a mulher por quem D. Pedro estava apaixonada deveria morrer cruelmente e assim aconteceu.

Apesar de ser de curtas dimensões, esta obra foi extremamente difícil de ler devido ao Português usado em épocas mais antigas. A mesma dificuldade sentida na leitura deste pequeno livro foi a mesma que senti aquando da leitura de “Os Lusíadas”. Apesar destes pequenos obstáculos de compreensão, é sempre produtivo ler uma obra destas de vez em quando.

Continuemos na senda dos romances impossíveis, desta vez irei-me embrenhar na longa trama amorosa entre um Ser Humano e um vampiro. Sempre me quero rir. Vou fazer algo diferente por aqui. Aguardem!

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