
Foi já há muitos anos que estudei esta novela clássica da autoria de António Ferreira. Julgo que devia andar no décimo ano. Hoje, estando em Coimbra, a leitura desta obra tem outro significado.
O grande mestre do Classicismo português escolheu um acontecimento real da nossa história para o transformar numa tragédia clássica. O amor proibido entre D. Inês de Castro e D. Pedro- futuro rei de Portugal- foi um dos mais emocionantes e dramáticos acontecimentos da história. A morte de D. Inês na Quinta das Lágrimas foi o desfecho imerecido deste alegadamente inofensivo romance.
Sempre fiquei com a ideia de que o pai de D. Pedro, o Rei D. Afonso IV tinha sem dó nem piedade ordenado que D. Inês fosse morta. Aqui António Ferreira apresenta-nos os factos de uma forma mais dramática.
D. Inês terá mesmo conseguido demover o Rei dos seus intentos de a matar, apresentando-lhe os seus quatro netos. O Rei cedeu mas os seus conselheiros insistiam na sua morte. Sem saber o que fazer, D. Afonso IV delegou aos conselheiros a decisão de a deixar viva ou não. Eles decidiram cruelmente que a mulher por quem D. Pedro estava apaixonada deveria morrer cruelmente e assim aconteceu.
Apesar de ser de curtas dimensões, esta obra foi extremamente difícil de ler devido ao Português usado em épocas mais antigas. A mesma dificuldade sentida na leitura deste pequeno livro foi a mesma que senti aquando da leitura de “Os Lusíadas”. Apesar destes pequenos obstáculos de compreensão, é sempre produtivo ler uma obra destas de vez em quando.
Continuemos na senda dos romances impossíveis, desta vez irei-me embrenhar na longa trama amorosa entre um Ser Humano e um vampiro. Sempre me quero rir. Vou fazer algo diferente por aqui. Aguardem!
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