Tuesday, February 05, 2008

As tropelias do Mong



É por demais conhecido o temperamento do gato Mong. Ele dispensa apresentações para quem habitualmente lê os textos deste humilde blog.

Na passada semana a minha mãe contou que o gato negro de uma figa tinha fugido a caminho do lugar. Exibindo orgulhosamente uns ferimentos numa orelha, Mong lá foi em busca de mais confusão e desacato.

Lutar só com o Léo não dá prestigio a um gato que gosta de ser temido e respeitado pelos outro gatos. Se for espalhar todo o seu mau feitio e toda a sua maldade pelo lugar inteiro passa a ser um gato famoso. O terror das ruas.

Agora é muito raro Mong colocar as suas quatro patas negras e bem afiadas dentro de casa. Passam-se dias que nem se lhe vê o rasto. Sabe-se que ele esteve presente porque as suas marcas estão bem visíveis no corpo de Léo.

Passei a noite a sonhar com gatos. Isto ainda pelo que contam da vida de vagabundo que o Mong leva actualmente. Aliás, na véspera de eu ir de fim-de-semana tenho de sonhar sempre com gatos. Como não sei o que se passa com eles, a ansiedade faz com que sonhe que as mais diversas desgraças aconteceram.

O tempo estava tão instável como na véspera. Afinal de contas estamos em Fevereiro- mês propício a este tipo de condições climatéricas.

Já estava combinado que eu, a minha irmã, o Zé e a sua família iríamos ao Dolce Vita para comprar o meu computador portátil. Vai-me fazer jeito para as aulas e (porque não?) para “actualizar” o blog que anda muito atrasado no tempo.

Na Vobis havia computadores com fartura e a preços atractivos. Eu não queria um computador muito caro. Apenas queria um computador que servisse as minhas necessidades. Acabei por me decidir por um HP muito em conta. E enfim, já tenho computador em Coimbra. Agora fica lá para se dar um jeito. Segunda-feira já vou trabalhar com ele.

Eu não me lembro bem, nem tenho aqui apontado mas julgo que foi o meu vizinho que me veio buscar à paragem do autocarro. Julgo que foi nesse dia que ele até tinha um CD do Leonardo a tocar.

A minha mãe cozeu a broa e, como sempre acontece, resolveu oferecer uma a uma senhora já de uma certa idade que costuma ajudar a minha mãe nos trabalhos do campo. Estava até uma noite agradável.

A senhora veio ao portão. Apesar de já estar escuro, ainda havia pedreiros a trabalhar numa obra ao lado. O teor da conversa da minha mãe com a referida senhora não era lá muito recomendável. Elas falavam de pessoas cancerosas que morreram ou que já estavam a vegetar sem nada que se pudesse fazer por elas.

Metemo-nos novamente ao caminho. Estava a saber bem respirar aquele ar campestre de início de noite. Ia tão distraída que até poderia te caído quando coloquei um pé em falso.

Passámos junto à casa onde viveram aquele búlgaros de que falei num dos meus textos anteriores (ver texto “Foi Lúcia que o levou para o Céu”). A nostalgia tomou conta de mim ao recordá-los. Deixavam sempre a luz da entrada acesa para guardar a casa. Agora a escuridão pesa e torna aquele ambiente mais lúgubre e aterrador. Ninguém ali vive agora.

De regresso a casa, encontrámos um clima de boa disposição tendo como protagonistas o meu pai e o meu vizinho. Comiam carne asada na brasa e regavam-na com vinho proveniente de um garrafão que sempre está debaixo da mesa.

A minha mãe alegou que a vida dela devia estar no fim. Motivo: só neste ano é que o meu pai se lembrou de lhe oferecer algo no dia de S.Valentim. Ecoou uma gargalhada geral. Eu nem queria acreditar! A gargalhada ainda foi maior quando acabámos de ouvir a justificação do meu pai. Com toda a frontalidade e simplicidade que se lhe reconhece e com uns copitos a mais ele disse e passo a citar:
- “Estava na loja, vi os outros gajos a comprarem prendas para oferecer às mulheres e resolvi comprar também qualquer coisa.”
Aposto em como o coro de gargalhadas se ouviu no lugar.

À noite havia um jogo de Futebol entre o Paços de Ferreira e o Sporting. O resultado foi um empate a uma bola. Esqueci-me de apontar o nome do autor do golo dos lagartos. O golo do Paços de Ferreira foi apontado por Cristiano. Lembro-me que foi um excelente golo sem hipóteses de defesa para Ricardo.

Nesse jogo o árbitro Pedro Proença teve de interromper o desafio por alegadamente o seu equipamento de comunicação com a restante equipa de arbitragem não estar a funcionar.

Ainda neste jogo, Emerson do Paços de Ferreira entrou em campo em cima do apito final do árbitro. Uma situação que me trouxe à memória uma aguda lembrança do nosso amigo russo Artem Dzuba que se tornou muito conhecido, muito citado e muito sonhado também por essa mesma razão.

Situação do dia:
Ia eu e a minha mãe à noitinha pela rua. As luzes dos postes já estavam ligadas. Desprevenida, uma coruja encandeou-se com a luz e ficou atrapalhadíssima. Quase nos caía em cima. Esta situação trouxe-nos à memória uma outra passada no mesmo local, mas alguns metros à frente. A minha prima andava na escola preparatória e o horário tinha mudado. Era ainda um pouco escuro. Estava a amanhecer quando estávamos à espera da camioneta. Uma coruja ia recolher mas já estava claridade demais para ela andar na rua. Atrapalhada, ela voou baixo e deu com as suas garras na cabeça da minha prima que começou a emitir uns gritos histéricos que acordaram as pessoas que viviam nas redondezas.

Bacorada do dia:
“Eu de negativo não tenho nada. Sou bom de mais.” (Frase proferida por um homem que tinha todos os defeitos e mais alguns. Enumerar todos os seus defeitos corresponderia simplesmente ao texto mais longo alguma vez publicado neste blog. Com um bocado de sorte, o compêndio dos defeitos e pecados desta criatura seria mais volumoso que uma lista telefónica.)

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