Monday, June 18, 2007

Zé e os outros

Para essa noite do dia em que passam três anos sobre a trágica morte de Miklos Feher (ver texto seguinte) estava marcado um jogo particular entre a Académica e o Dínamo de Bucareste (próximo adversário do Benfica na Taça UEFA). A equipa romena tem feito vários jogos de preparação em solo português para preparar o embate com o Glorioso marcado para o próximo dia 14 de Fevereiro.

A entrada para assistir ao jogo era grátis. A noite estava fria, mas havia que aproveitar para observar um pouco destes romenos que nos calharam em sorte.

Estava pouca gente no Estádio Cidade de Coimbra. O frio afastou as pessoas do Estádio. Acomodei-me numa das bancadas cobertas, tal como fez toda a gente.

Algumas pessoas comentavam o mercado de transferências. Ouvi uma conversa por alto que me intrigou. Parece que Paulo Adriano vem jogar para o Guimarães. Sertã verdade? Não acrdito!

Falava-se igualmente de arbitragem enquanto o jogo não começava. Um colega meu disse-me que do Dínamo de Bucareste só conhecia o Zé Kalanga.

Logo aos primeiros toques na bola se percebeu que o jogador angolano Número Onze era a figura central da noite. Os seus calorosos dribles e o seu perfume africano aqueciam a noite fria em Coimbra. Era o delírio nas bancadas sempre que o Zé de Angola tocava no esférico. Ninguém lhe ficava indiferente.

É incrível como algumas pessoas que ali estavam desconheciam os números de jogadores da Briosa. Eu sei-os todos de cor porque estive lá a estagiar e conhecia-os todos.

O jogo prosseguia. Para além do show dado pelo angolano Zé Kalanga, também o guarda-redes que eu não sei quem é, apesar de não me ser estranho, parece ter qualidades. Outro jogador interessante é o Número Dez da equipa.

A Académica chegou ao golo por intermédio de Filipe Teixeira. Poderia ter vencido por mais se Gyano não tivesse falhado um golo certo. Por acaso o Rapaz da Camisola às Riscas é húngaro e também enverga a camisola 29. Em dia de aniversário da morte de Feher isso não passou despercebido aos adeptos nas bancadas.

Momento alto foi a saída de Zé Kalanga do jogo. Ninguém lhe ficou indiferente. Os adeptos já relatavam um eventual encontro entre Zé e Mantorras. Quando Zé saiu (debaixo de um ruído infernal) destacou-se uma voz dizendo: “Obrigado por seres assim!”

Depois da saída de Zé, as bocas iam direitinhas para Sonkaya. Este jogador tinha duas velocidades que aplicava no seu jogo bem pesado e pastoso. Era devagar e lentamente. Os adeptos, no final do jogo, queriam-lhe ir pedir a camisola porque estava pouco transpirada, como nova.

O jogo terminou. Venceu a Briosa por 1-0. O Benfica não terá grande dificuldade em seguir em frente na Taça UEFA.

Havia que regressar a casa. Atravessei a rua na companhia de romenos. Mais adiante um grupo de portugueses fazia figuras tristes na rua falando alto, usando o vernáculo para se expressar. Fui caminhando lentamente até casa para não os alcançar. Deviam estar com os copos!

Choveu durante a madrugada. Eu ouvi. De manhã já estava a temperatura gelada dos últimos dias.

Parece que o investimento espanhol no Beira-Mar está a ser positivo. Se isso implicar a vinda de jogadores de Leste para cá, por mim podem comprar os clubes todos. Vukasin Devic, defesa-central é a mais recente aquisição do clube aveirense.

A manhã- que já estava bem fria- foi marcada por uma pequena avaria na porta de entrada. Enquanto reparavam a avaria sofremos na pele as agruras do frio. Que mau!

Quando saí passaram duas camionetas amarelas e vermelhas na rua. Pensando que era o autocarro, corri desalmadamente. Toupeira dum raio!

Na escola todo o conteúdo de um gabinete estava no meio da rua. Deviam estar a limpar ou mesmo a fazer qualquer tipo de obras.

Tal como aconteceu já no outro dia (ver texto “Se eu mandasse no Futebol”) comecei a pensar que, se me calhasse o Euromilhões, comprava o jogador do Dínamo de Moscovo que se sabe para oferecer por aí aos clubes nacionais. Aliás, só compraria jogadores de Leste. Nada de brasileiros ou argentinos.

Tudo isto veio a propósito do que se diz. Que Derlei pode vir para o Benfica por troca com o Karyaka. Eu não quero que o Karyaka vá embora. O Derlei pode vir, mas o Karyaka tem de ficar e mais nada. Traziam o Derlei da Rússia e também, como eu disse atrás, o Artem Dzuba do Spartak de Moscovo. Emprestavam-no ao Braga que quer contratar outro jogador de Leste. Já fica com um. A não ser que o Braga queira o Delibasic de volta. O Benfica emprestava esse russo ao Braga durante o que resta do Campeonato e ainda ficava com opção sobre o Delibasic novamente que não devia de ter saído do Glorioso. Que coisa mais complicada esta! Não estou a inventar. Há negócios assim confusos.

Na paragem onde ia apanhar o autocarro de regresso ao trabalho, fui a recuar para trás e pisei um casal de idosos que logo se queixaram.

Voltando ao mercado de transferências, o Porto contratou o colombiano Renteria. Sinceramente nunca ouvi falar de tal jogador. Não conheço!

A tarde foi repleta de pequenas estórias engraçadas. Para além da que servirá como “Situação do dia” outras duas merecem destaque.

Era a primeira vez que aquele jovem entrava nas instalações da Piscina. Naturalmente não estava familiarizado com a localização dos balneários. Dei-lhe uma chave de um cacifo azul (masculino). Passado um instante ele veio dizer que a chave não funcionava. Estranhámos porque ninguém mais se tinha vindo queixar de que o cacifo não abria. Podia ter avariado naquele momento. Demos-lhe outra chave e ele veio na mesma dizer que o cacifo azul não abria. Logo na mesma altura vieram alertar que andava um homem em tronco nu no balneário feminino a dizer que o cacifo não abria. Por sorte nenhuma senhora se encontrava lá.

Uma menina de uma escola entrou aos gritos a dizer que não queria ir para a água. Ninguém a conseguia deter. Ela fugia e gritava. Não insistiram com ela, senão era pior e podia acontecer alguma coisa. Enquanto os colegas foram para a água, uma das auxiliares da escola foi com a menina para a rua para ela se acalmar. Até doía o coração de a ver gritar!

E assim se passou mais uma tarde fria. O jogo entre a Académica e o Dínamo de Bucareste faria o programa de mais uma noite. Antes ainda passei pela ACAPO e revi os meus colegas.

Situação do dia:
Quando regressei do almoço vi um saco do Euro 2004 encostado ao caixote do lixo. Fiquei a olhar para ele a pensar que era o meu. Mas eu trouxe o saco hoje para a Piscina? Não é costume. Peguei nele. Era leve demais para ser o meu. Afinal o saco era do meu colega que tinha ido dar umas braçadas. Parece que foi a irmã que também foi voluntária no Euro 2004 que lho deu. Só depois me lembrei que nem sequer ia treinar nesse dia por causa do jogo.

Bacorada do dia:
“Não se pode pôr um ficheiro dentro de uma pasta, mas pode-se meter uma pasta dentro de um ficheiro.” (Ai é?!!!)

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