Monday, June 04, 2007

Rio-me de cada coisa!

É impressionante como só nos rimos do mal. Eu então sou demais nesse capítulo. Arreganho-me toda se cai alguma coisa e parte, se alguém se estatela no chão, se alguém faz algum disparate...

Dizem os entendidos que nós rimo-nos daquilo que é estranho para nós. Eu devo então ser uma criatura do mais estranho que há. Uma criatura para quem tudo é estranho.

Rir-me de situações embaraçosas é mais forte que eu e, por mais que eu evite rir-me, sempre me vou rindo com cada vez mais intensidade. Rio-me dos outros e rio-me de mim mesma. Dos meus disparates.

E pergunta o eventual leitor que se dá ao trabalho de consultar o meu blog: a que propósito vem isto agora? Apeteceu-me. Tenho de inventar alguma coisa para preencher este texto.

O que fez com que o tema hoje fosse o riso foi, imagine-se, mais um copo que partiu na cantina. Se nos rimos do que é estranho, eu não me deveria rir já de loiça partida na cantina. Já é habitual. O que é certo é que me ri. De tal maneira que até me engasguei porque estava a beber água.

E nem pensem que fui só eu que vibrei com o som estridente do copo a partir. Houve um forte aplauso na cantina e também algumas risadas. Mas que piada tem um copo a partir? Eu também não sei. Rio-me até mais não poder e não sei explicar porque me rio.

Das coisas boas o pessoal como eu normalmente não se ri. A desgraça é o maior veículo de humor. Eu sou assim e muita gente também é.

Se eu fizer um esforço e me recordar das coisas que me fizeram rir na vida, constato que quase todas têm a ver com desgraças dos outros ou minhas. Ora reparem:

Ia a atravessar a passadeira ao pé da Residência dos Combatentes. Houve um carro azul que parou para eu passar. O motociclo que ia atrás desse carro não travou a tempo e a motoreta quase se enfiou pela traseira do automóvel. O resultado foi uma queda aparatosa do motociclista. O dono do carro perguntou ao dono da moto se ele se tinha magoado. Ri-me imenso. Quando regressei estava o dono da mota a tentar dar-lhe um jeito para prosseguir.

A situação mais insólita que vi durante uma aula e que me fez rir mais foi esta: a aula era no auditório da ESEC que estava às escuras para vermos uns diapositivos com imagens para interpretarmos. O aparelho que serve para reproduzir os diapositivos estava apoiado num tripé que, por sua vez, estava em cima de um degrau. A professora acabava de colocar mais uma imagem para analisarmos, mas o aparelho caiu no chão sem que ninguém lhe tocasse. Mais: ficou a fazer um barulho estranho. O auditório ficou completamente às escuras e a professora deu um grito bem histérico para que acendessem as luzes depressa. Eu fui às lágrimas de tanto me rir. Chegou um técnico dos recursos audiovisuais e um colega meu disse que tinha sido ele que tinha deitado aquilo tudo ao chão porque a comida lhe tinha caído mal.

No mesmo ano, na sala de computadores, uma professora que ia aos arames com os telemóveis que tocavam na aula ensinava pacientemente algo a uma colega nossa. O tom calmo dela durou até tocar um telemóvel. Ela logo se alterou radicalmente e começou aos gritos e ia para começar a dizer que destruiria o telemóvel que estava a tocar. Só que um colega meu disse-lhe que o telemóvel que tocava era o dela. Embaraçada e sem saber o que dizer, ela desculpou-se dizendo que se esqueceu de desligar o aparelho. Risada geral dos alunos e um pouco de troça.

Da ESEC passamos para uma sala de aulas, também ela com computadores. Desta vez a cena passa-se na ACAPO. A aula decorria normalmente quando ouvimos uma coisa esquisita e muito cómica. Tinha sido uma colega nossa que tinha espirrado. Parece que a aula acabou por ali. Ninguém aguentou mais de tanto rir. Eu estou em condições de garantir que nunca me ri tanto na vida. No dia seguinte fui fazer exames médicos para o Desporto e todos os músculos abdominais estavam duros e doridos. Perguntaram-me o que se passou e eu disse que foi de me rir até à exaustão.

Nos últimos Campeonatos Nacionais de Atletismo em que e estive presente ia a lançar o disco. Era mais gente a lançar e eu trazia uma camisola preta para não arrefecer. Quando era a minha vez de lançar tirava a camisola. A certa atura tirei-a e tive tanta pontaria que a coloquei logo em cima de todos os discos que eu ia para lançar. À hora de lançar não aparecia nenhum. Era estranho! Eu comecei a discutir com os juízes, a dizer que algo se passava. Fui a levantar a camisola e lá estavam os discos debaixo. Foi demais em termos de riso!

Em 2004 tínhamos uma gatinha chamada Teka. Na atura ela cabia na palma de uma mão, mas o seu efeito destruidor era impressionante. A minha mãe tinha um pano em cima de uma mesa com várias coisas que se partiam em cima. O pequeno animal prendeu uma das suas pequenas garras no pano e derrubou tudo o que lá estava que se desfez em cacos e causou um som estridente que se ouviu na rua. A minha mãe ficou pior que estragada. Eu ria porque tudo aquilo havia sido causado por um animal tão pequeno.

Por falar em gatos: outro episódio que me ocorreu agora teve como protagonista o gato Slava. Esse gato andava muito bem no terraço. Viu chegar o meu pai, assustou-se e subiu a toda a pressa pelo pau da gaiola das catatuas. Só que desequilibrou-se e mergulhou de cabeça na tigela da água que estava lá em baixo para eles beberem. Todo encharcado subiu novamente, mas as patas molhadas e escorregadias não ajudavam muito. Fui às lágrimas!

Cansada de ver as minhas molas da roupa desaparecerem e as pessoas deixarem, por vezes, a minha roupa molhada em cima do tanque para ficarem com elas, prometi vingança. Se acaso apanhasse em flagrante roupa a enxugar com as minhas molas, iria tomar medidas. Esse dia chegou a 7 de Junho de 2001. Na véspera tinha colocado umas peças de roupa interior a secar, mas adormeci de noite e não as fui apanhar. No outro dia de manhã encontrei a minha roupa espalhada pelo chão e alguma tinha mesmo voado com o vento para parte incerta. Furiosa, resolvi ir ver onde estavam as minhas molas. Para azar da criatura que mas tinha tirado, encontrei-as a segurar a roupa dela. Aí estava uma oportunidade de me vingar. Era agora ou nunca. A roupa consistia num toalhão de praia, num fato de banho, nuns óculos de piscina e em baixo estavam uns chinelos. Não fiz mais que mergulhar o toalhão no tanque que estava cheio de água. Ele ficou a escorrer e a pesar toneladas. Não o torci de propósito. Estava a ver que o cordão da roupa ia abaixo. Também não o ia torcer. A água escorria para o chão. Foi precisamente onde a água escorria que coloquei “a molhar” o fato de banho e os óculos. Os chinelos foram escondidos do lado de trás do terraço. Como se não bastasse, escrevi um bilhete que também coloquei junto à roupa que estava a “molhar”. No bilhete eu dizia que daquela vez tinha sido assim e que para a próxima fazia pior. Pior, entenda-se, era pegar na toalha molhada e andar a limpar o chão do terraço com ela. Ainda estive para fazer isso. Aconselhava a pessoa a vir falar com quem lhe emprestasse molas, ou então havia muitas à venda no Pingo Doce. Eu pensava que a destinatária da mensagem seria uma estudante. Longe de mim esperar que fosse pescar “peixe graúdo”. Estava eu no quarto muito descansada quando as...empregadas da limpeza me bateram à porta. A dona do toalhão que estava suspenso com as minhas molas veio ter comigo. Com medo trouxe companhia. Disse que eu era ruim e vingativa porque lhe molhei a roupa e lhe escondi os chinelos. Nesse dia toda a gente, inclusive a responsável pela Residência, ficou a saber que nem só as estudantes eram as responsáveis pelo desaparecimento das coisas. Toda a gente se riu só de imaginar a cara dela quando contava apanhar a sua roupa seca para ir dar mais umas braçadas na piscina e encontrou a roupa ainda mais molhada que estava. Foi o meu dia de glória e de gargalhadas também.

Haverá certamente outras situações que me fizeram rir a bandeiras despregadas. Algumas já aqui foram relatadas neste blog. Outras ainda serão relatadas num futuro não muito distante.

Talvez porque me levantei mais tarde não senti assim tanto frio. O tempo continuava cinzento. Como acontece todas as quartas-feiras fui até à ACAPO.

Ainda fui até à Piscina no tempo que ainda me restava. À ida para o almoço ainda passei por sono no autocarro.

Na ESEC a rádio da escola estava no ar com um programa de música e entrevistas. De referir que essa rádio começou com a nossa turma. Também tivemos um jornal que era o “Cem Censura”.

Não estive particularmente feliz naquela tarde de trabalho. Dois jovens tinham um cartão cada. Eu atrapalhei-me e ia a passar duas vezes o mesmo cartão e deixava o outro por passar. E assim continuei a errar. Há dias assim!

Como nos dois dias anteriores corri atrás do autocarro, o condutor admirou-se de eu estar a horas naquele dia e não ter corrido.

As obras continuavam naquela paragem que estava até fora do sítio. Andavam a soldar. A luz lilás do aparelho cortava a escuridão que já se fazia sentir.

Ainda fui ver o meu mail. Recorde-se que no passado fim-de-semana não o consegui abrir. Que susto! Lá estava tudo direitinho.

O que não estava nada direito foi o meu esquecimento do guarda-chuva. E se chovesse?

Apesar do adiantado da hora ainda deu para ir treinar. Apesar de ter tido apenas 50 minutos de duração, o treino acabou por ser mais produtivo do que o do dia anterior. Corri numa das pistas de fora durante trinta minutos. Os primeiros quinze minutos foram apenas de aquecimento. Depois os restantes 15 foram repartidos entre cinco minutos de corrida rápida, cinco de corrida normal e novamente cinco de corrida rápida. Foi cansativo mas valeu a pena. Depois de terminar o treino com os imprescindíveis alongamentos, fui tomar um banho reconfortante. De referir que fui a última a sair do balneário e, por conseguinte, tive de apagar as luzes.

Estava assim terminado mais um dia extenuante. A cama e o descanso esperavam-me.

O Lisboa-Dakar está a chegar ao fim, mas os nossos pilotos continuam algures ainda por Marrocos. Hoje avançaram alguns quilómetros e rumaram a outras paragens.

Bacorada do dia:
“É para registar este caderno?” (Cartão.)

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