Tuesday, March 27, 2007

Não sou a única a falar em kazaques

Eu julguei não estar a ouvir bem. Ou então estava mesmo a sonhar. Tinha adormecido e estava a ouvir algo que nem queria acreditar.

Adormeci com o rádio ligado na Antena 1. Lá fora não parava de chover. E não é que Luís Filipe Barros estava a falar de kazaques e de Kazaquistão! Meio acordada, meio a dormir ia ouvindo de forma muito vaga o que o apresentador de “Ondas Luisianas” ia falando de um realizador daquelas paragens e gozando com ele.

Acordei completamente com tudo aquilo que estava a ser inacreditável. Ninguém fala naquelas criaturas, a não ser no Ciclismo. Por acaso eu uso e abuso de falar neles pelos motivos por demais conhecidos. Ouvir outras pessoas falarem de kazaques e até os caricaturarem é estranho para mim.

E se Luís Filipe Barros tivesse presenciado os jogadores kazaques a aquecer no relvado do Estádio Cidade de Coimbra? E se tivesse visto três jogadores a aquecer para entrar em campo? A fazerem mil e um malabarismos que foram interrompidos por um inoportuno aguaceiro. E se os visse a fugir da chuva como o Diabo foge da Cruz?

Na segunda hora do programa, Luís Filipe Barros mudou de assunto e eu dormi naquela noite com a pulga atrás da orelha, como se costuma dizer.

Lembrei-me que um amigo meu me tinha dito que o “Ondas Luisianas” dava em repetição a partir das cinco da tarde. À hora marcada, lá estava eu com o rádio sintonizado na Antena 1 para ouvir bem acordada Luís Filipe Barros a falar de kazaques.

A conversa começou com um realizador daquelas paragens que elaborou um filme com um título muito extenso. Criatividade kazaque no seu mais profundo esplendor! Luís Filipe Barros foi buscar algumas declarações do tal Borat para fazer um programa engraçado e ia respondendo com humor àquilo que o kazaque dizia.

Ah! Esse tal Borat parece que queria vir aqui a Coimbra ver o jogo da sua Selecção contra a Selecção de Todos Nós. Parece que não o deixaram vir. Diz que foram os americanos.

Foi naquela madrugada que eu descobri que não sou a única pessoa fora do Kazaquistão que fala no pessoal de lá. Pelo menos há mais um. Se eu gostava de ir visitar um dia o Kazaquistão? Penso que é um país onde não se passa nada. Provavelmente haverá lá coisas engraçadas para descobrir, mas nunca ouvi dizer a ninguém que tivesse lá passado umas férias de sonho ou que pretenda ir de viagem para lá.

Ainda sonho com um certo habitante de lá, mas o cenário é sempre o mesmo: a cidade de Coimbra.

Como disse, choveu muito durante toda a noite. O tempo estava algo instável. Caminha-se a passos largos para a recepção ao Inverno.

Em casa nada mais se faz senão escrever alguns textos para o blog. Foi isso que aconteceu também naquele sábado.

O Beira-Mar perdeu em casa com o Belenenses por 1-2. Cadê Jardel?

No derbi da cidade do Porto, os dragões levaram a melhor sobre as panteras. O Porto venceu o Boavista por 2-0 e mantêm-se de pedra e cal na liderança do Campeonato.

Foi quando assistia a esse encontro pela televisão que o telefone tocou. Era um primo nosso que vive na Figueira da Foz com uma voz irreconhecível e algo debilitada que falava com a minha mãe. Este telefonema deixou a minha mãe preocupada com o futuro dele. Com razão!

Bacorada do dia:
“Amanhã, hoje à noite…” (Quando??!!!!)

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