Tuesday, March 27, 2007

Despedida com lágrimas, tal como a chegada

Quem diria que, em apenas três semanas, a vida de uma pessoa pudesse mudar tanto! Quem diria que as lágrimas que chorei três semanas antes têm o significado oposto das que eu choro agora. Quem diria que a chegada e a partida fossem regadas com as minhas lágrimas.

E eis que chega a hora de me despedir da Piscina. Estou um pouco atrasada, o fim-de-semana é prolongado devido ao feriado de 1 de Dezembro. Passo pela sala interior para ir buscar a mochila com as coisas que devo levar para casa. Despeço-me de toda a gente com a esperança de um dia voltar.

Saio para a rua, atravesso todas as passadeiras e semáforos até chegar à paragem. Ainda mal abandonei o local e já uma lágrima nostálgica me assola. Terei mudado tanto em apenas três semanas?

Recordo aquele dia em que pisei as instalações da Piscina pela primeira vez. Os meus olhos vinham arrasados. Punha dúvidas quanto ao sucesso desta experimentação. Temia o meu futuro próximo.

Muita coisa mudou nestes quinze dias. Dei por mim a ser mais paciente, mais tolerante, mais delicada. Ao me ver a reagir de uma outra forma, senti em mim algo a mudar.

A convivência e o contacto com muita gente ao longo destes dias fez-me crescer interiormente. Só os outros poderão fazer essa avaliação. Eu sinto em mim uma pequena mudança.

Despedi-me da Piscina naquela tarde. Não foi um adeus. Hoje eu estou em condições de dizer que foi um até breve.

Era uma manhã de Sol, frio e Céu azul. Pode-se dizer que estava um dia bonito. A manhã começou com os preparativos para a viagem até casa.

Já se fazia sentir o feriado e o consequente prolongar dos dias de descanso. O autocarro ia a abarrotar de gente.

Aquele dia custou a passar. Era o último dia na Piscina. Julgava eu. Estava morta por dormir em casa no quentinho até ser de tarde. Que bom!

Na cantina uma rapariga partiu um copo. Que novidade! Incrédula, a estudante ainda perguntou:
-"Fui eu??!!!!!!"
Os vidros do copo partido espalharam-se por todo o lado e alguns andavam mesmo debaixo dos meus pés. Tive de andar com o máximo de cuidado possível.

Encontrei a minha prima no autocarro. A tarde iria custar a passar.

E finalmente chegou a hora de ir até casa. O trânsito estava um caos. Estava a ver que o autocarro não chegava a tempo e, uma vez dentro dele, temia que não chegasse a tempo de apanhar a camioneta. A confusão reinava no autocarro e na Rodoviária depois.

A camioneta estava atrasada. Ainda bem! Não era a única. Muita gente se questionava sobre o paradeiro dos seus transportes. A confusão era mais que muita.

Já dentro da camioneta liguei para casa a anunciar a minha chegada. Ninguém atendia o telefone. É sempre a mesma coisa! Enfiam-se na cama às seis da tarde, agora que têm televisão no quarto.

Tentei novamente e a minha mãe atendeu desta vez. Em vez de perguntar se estava tudo bem, mandou-me um sermão. Os seus berros infiltravam-se nos meus ouvidos como alfinetes. Perguntou porque é que eu não tinha avisado que vinha e disse que o meu pai já estava na cama. Tinha um pé meio lesionado. Eu fui dizendo que o meu telemóvel anda a pedir reforma e que não estava a funcionar bem.

O meu pai veio-me buscar à paragem e lá estava eu no quentinho do meu quarto a dormir até ao outro dia bem tarde.

Situação do dia:
Era o caos no trânsito num final de tarde em que toda a gente se preparava para gozar um fim-de-semana prolongado. A fila de veículos era impressionante e movia-se em marcha lenta. Uma senhora que esperava o autocarro na paragem como eu pôs-se a conversar com alguém que ia dento de um dos automóveis que estavam na fila. O carro movia-se e ela ia atrás. Assim foi até uma certa distância. Estava a ser cómico. Mas o melhor ainda estava para vir. Um outro veículo que também se encontrava preso na fila "morreu" no preciso momento em que tinha de arrancar. Foi de morrer a rir.

Bacorada do dia:
"Vão para o Benfica azul." (Como???!!!!!!!!!!!!!!!!)

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