Tuesday, March 27, 2007

A Natação do Gregório

Eram sete da manhã. Gregório acordou sem a ajuda do seu despertador. Com um esticão enérgico saltou da cama. Sentia-se optimamente, cheio de vigor, de vitalidade, com uma energia inesgotável.

A sua noite fora povoada de sonhos de cariz erótico, não admirava toda aquela pujança logo àquela hora da manhã. Ele que costumava ser um molenga para se levantar. Sentia-se com uma virilidade que nunca sentira antes, uma força vinda do desconhecido.

Chamou Belarmina, sua mulher, que dormia a seu lado e acordou sobressaltada com o abanão do marido. Ela acordou estremunhada, julgando que havia qualquer azar. Naquele momento a mulher de Gregório estava a sonhar que a sua casa andava a arder depois de ter sido assaltada por cinco larápios com capuzes negros que lhes cobriam a cara e os transformavam em seres medonhos.

Sentada na cama, já com os olhos bem abertos, Belarmina foi confrontada com o desejo de Gregório em ir dar umas braçadas à piscina. Belarmina nem queria acreditar. O marido a ir praticar exercício físico?!! Que bicho lhe teria mordido? Ele que tinha o sedentarismo e a ociosidade como modalidades desportivas favoritas. Fora campeão distrital de ociosidade ao se manter sentado num sofá a olhar para a televisão durante duas semanas sem ininterruptas.

Os outros desportos apreciados por Gregório eram a gastronomia, o levantamento do copo, a pesca (de preferência sentado numa cadeirinha de praia) e aquele outro desporto que dizem que até os bichinhos gostam.

Natação? Estaria ele maluco? Ele insistiu com a mulher para que lhe preparasse o material. Não sabia dos calções que costumava levar para a pesca na Pateira de Fermentelos. Chinelos? Levou os de quarto. Tinha uns outros mas eram muito frios. Levou a toalha de praia ainda com alguns grãos de areia, recordação das férias passadas que tiveram lugar na Costa Nova.

Enfiou tudo num saco de compras da mulher. Ah! A touca era a que a mulher usava quando ia tomar banho e não queria molhar o cabelo. O que é que faltava mais? Óculos? Foi pedir as solas de um burro ao vizinho da frente.

Para além de ter acordado com um vigor impressionante, Gregório também acordou com desejos. Pediu a Belarmina que lhe fizesse papas de sarrabulho. Para o pequeno-almoço! Ele que só costumava tomar um copinho de leite e duas torradas com manteiga Becel.

Benzendo-se muito e falando sozinha, a mulher de Gregório foi preparar a comida. Ele verificava se tinha tudo em ordem para a Natação.

Gregório resolveu ir a pé. Sentia-se realmente bem. Cantava, assobiava, sorria para os transeuntes, lançava piropos às meninas que nem sempre achavam piada e lá ia ele feliz da vida sem motivo aparente.

Eram cerca de dez da manhã quando a criatura deu entrada nas instalações da piscina e pediu uma entrada livre. Como não tinha declaração médica, não o deixaram entrar. Ele ficou fulo e resolveu entrar à força. Queria nadar e mais nada.

Estava possesso o homem. Ninguém o conseguia deter na sua fúria. Como louco, arrombou a porta de vidro da Piscina e atirou-se lá para dentro sem querer saber se se atirou para a parte mais funda.

Quase se afogou. Na verdade, ele nem sabia nadar! Deu-lhe na ideia ir praticar Natação assim sem mais nem menos. Foi mesmo o caso típico de ter acordado bem disposto uma manhã e apetecer-lhe ir para a Piscina.

As pessoas que lá estavam ficaram incrédulas com a cena e algumas almas caridosas retiraram Gregório da parte mais funda. Como ele se tinha atirado à água vestido e calçado, a Piscina teve de encerrar por algumas horas. É que os seus sapatos estavam sujos de terra e de um presente de cão que ele pisou junto ao centro comercial.

Foi precisamente junto ao centro comercial que eu o encontrei. Já com a roupa mudada, o indivíduo ali estava parado a olhar para as montras. Provavelmente estava a cobiçar qualquer presente para oferecer à sua Belarmina pelo Natal.

Ao contrário do personagem da minha história, a minha noite foi algo agitada porque algumas pessoas resolvem fazer barulho a horas em que os outros devem descansar.

Sonhei com coisas completamente inacreditáveis. Senão vejamos: Havia uma impressora na sala de multimédia da ACAPO. Até aí tudo bem, não fosse o caso de daquela impressora saírem peças de barro. Eu estranhei. Estava à espera de qualquer coisa que eu tinha mandado imprimir em papel como toda a gente.

Encontro-me agora a ver um jogo de Futebol na televisão em que o Porto vence por muitos. Por incrível que pareça, o jogo é para a Liga dos Campeões. Só à sua conta, o argentino Lucho González já leva seis golos marcados nesse jogo.

E vamos ao sonho mais cómico que me fez rir nessa manhã quando encontrei o protagonista. Um colega nosso que é muito revoltado e tem um comportamento que nos afasta dele. Não diria um comportamento, diria antes uma particularidade. Como eu dizia, esse nosso colega que diz que é uma toupeira de alta escala, zangou-se com uns...kazaques que desandaram a fugir dele num carro. Furioso e sem medir as consequências, o meu colega pega no primeiro carro que encontra de uma fila de automóveis que estavam estacionados. Eu e uma amiga minha metemo-nos à pressa no carro para evitar que ele seguisse. A cena passava-se nas ruas de Anadia.

A barafustar muito, com é seu hábito, o meu colega conduzia o automóvel de forma desordenada. Nós gritávamos que nem histéricas que ele ia bater. Estava quase de noite, mas eu ainda via perfeitamente os outros carros. O “nosso” carro tanto se encostavaa a uma berma como à outra. Depois acabou mesmo por bater na traseira do carro da frente. Acordei a rir. Um pitosga daqueles a conduzir! Era demais!

Estava um belo dia de Sol, Céu azul e uma temperatura fria, mas agradável. Estava bom para os cães andarem a passear na rua. Muitos foram os que encontrei.

Nada se registou no autocarro nem na cantina. Até admira!

Na aula de Holandês continuamos a falar sobre comida. Isso é para termos apetite para o jantar ou para o “avondeten”.

Bacorada do dia:
“Queria um pacote de batatas fritas Cheetos” (Não sabia que aquilo também eram batatas fritas! Sempre pensei que fossem rolos de queijo com mais qualquer coisa.)

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