Mãos estranhas
Que tocam sem aviso
Que agarrram de improviso
Deixando acesas as nossas entranhas
Mãos sedentas
Na rua agarram e arrepanham
Umas vezes rápidas, outras vezes lentas
Nos nossos corpos o seu toque estranham.
Mãos aleatórias
Nas nossas costas e ombros pousam
Precisas ou exploratórias
Com decisão e engenho, no nosso ombro repousam
Mãos impossíveis
Que não foram desejadas
Arrojadas e incríveis
Impróprias e inoportunas são chamadas
Mãos presentes
Que tocam e acariciam
De boasd intenções ausentes
A descida ao nosso corpo iniciam
Mãos furiosas
Que para agarrar foram feitas
Rasteiras e ardilosas
Não são dos carinhos eleitas.
Mãos vorazes
Pelas ruas nos esperam
Sufocadas e audazes
Tocar foi o que sempre quiseram.
Mãos errantes
Milhares delas as ruas acolhem
Do pudor tão distantes
Corpos ao acaso excolhem.
Mãos indecentes
As mãos dos que passam
Dos toques são dependentes
Por mais carícias que façam.
Mãos decididas
Que o corpo alheio tocam
Despudoradas, atrevidas
Nebulosos e secretos pensamentos invocam
Mãos anónimas
Sem rosto mas com dedos
Tão distantes e tão próximas
Tão indiscretas mas cheias de segredos
Mãos incríveis
Da quietude tão distantes
Loucas e irascíveis
Deixando alerta os passeantes.
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