Tuesday, January 15, 2013

Mariana e o Professor Lacerda, Bacelar ou lá como se chamava o homenzinho

Eu adoro sonhos destes! Não sei onde é que o meu subconsciente vai buscar estes personagens completamente desconhecidos. Onde se baseia para lhes esboçar os rostos, as silhuetas, as personalidades. Fico espantada e, quando acordo, fico a perguntar-me se tais personagens existem mesmo na realidade e se alguma vez me irei cruzar com eles na vida real.

Era já manhã e eu adormeci depois de um longo tempo de vigília. A noite fora agitada, mais uma vez, porque estava a chover e a Teka tem medo da chuva. Desata a miar que nem uma perdida e o sossego acaba-se.

No sonho propriamente dito, estava eu sentada num banco de madeira, daqueles compridos que levam muita gente num espaço interior onde nunca estive. Seria uma escola ou algo assim.

O local onde me encontrava dava para as casas de banho dos homens e das senhoras. Muita gente se encontrava ali. A minha irmã e outra pessoa que agora não me lembro quem era estavam ali comigo.

Estava, como nos meus velhos tempos de liceu, a observar quem passava para as casas de banho. Belo passatempo, este, sim senhor! O que é certo é que ocupei assim muito tempo livre que tinha no liceu. Naquele tempo não havia telemóveis, Internet ou outras coisas que hoje ocupariam esses tempos de ócio.

Vinha um homem do interior das casas de banho. Usava calças claras e uma camisa azul. Era de estatura baixa e era calvo. Parecia ser um homem bastante asseado com a sua pasta castanha de couro. Veio sentar-se ao pé de mim e começou a meter conversa. Não me estava a agradar a companhia. Eu não gosto muito de falar com desconhecidos e algo me dizia que aquele individuo vinha com algo na manga.

Começa ele:
-“Tens de dizer ao teu patrão que isto assim não pode ser! Não há papel na casa de banho.”

Eu ri-me e o homenzinho começou a chegar-se cada vez mais para mim. Eu já começava a magicar um texto para o meu blog em que aquele indivíduo era o personagem principal. Estava indecisa entre lhe chamar Professor Lacerda ou Professor Bacelar. E porquê, perguntam-me vocês. Lacerda era para rimar com merda e Bacelar era para rimar com cagar. Que chata e incómoda estava a ser aquela criatura com falinhas mansas e cada vez mais a chegar-se para mim.

De repente, a atenção do indivíduo foi despertada pela passagem de uma vistosa mulher na direcção das casas de banho. Tarado como era, o “Professor Lacerda”, “Professor Bacelar” ou lá como lhe queiram chamar, desapareceu novamente para o interior das casas de banho.

A mulher era alta, magra, de cabelos louros encaracolados e pelos ombros. Parecia saída de uma passerelle. Envergava uma mini-saia preta bem curta, collants pretas e uma camisola castanha. Falava com sotaque da Venezuela ou de outro país da América Latina. Era um regalo para os olhos, sobretudo de quem não se consegue segurar, como era o caso do homenzinho.

Alguém me disse que a mulher se chamava Mariana e era também professora. Olhei novamente para as portas de acesso às casas de banho. Um e outro estavam a demorar. Passado algum tempo, saíram do escuro interior das casas de banho juntos e em amena cavaqueira.

Acordei ainda a pensar onde foi o meu subconsciente buscar estes indivíduos completamente desconhecidos.

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