Monday, January 07, 2013

A reunião

Adormeci assim que me deitei. Fora um dia bem cansativo e extenuante. Apesar de a semana ter sido mais curta, foi isso mesmo que originou que tivesse mais trabalho nos dias que se seguiram.

Qual não foi o meu espanto quando acordei…ao som do meu despertador habitual que, como já deveis saber, está sempre a despertar para as seis e meia. É que nem dei conta de ter adormecido. Nem coloquei as gotas nos olhos, nem tomei os comprimidos. Estava mesmo cansada e no outro dia nem me iria levantar tarde.

O rádio estava sintonizado na M80 e, àquela hora, passa música de expressão portuguesa. Ainda demorei algum tempo a adormecer novamente mas estava no quentinho e não me apetecia levantar. Dali a uma hora teria mesmo de enfrentar o frio.

Passo rapidamente da vigília para o sono. Há uma cortina formigante que atravessa esses dois mundos e eu salto de um para o outro. No mundo da vigília estou com a cabeça enterrada debaixo das cobertas a ouvir música e no mundo do subconsciente, embora lúcido, há uma sala relativamente pequena onde estou com colegas meus e onde estão a ser projectados diapositivos.

Há duas filas de mesas como numa pequena sala de aulas com umas cadeiras castanhas. E lá está ela novamente…a dormir. É incrível! Mas por que será que sempre sonho com essa nossa colega adormecida em qualquer lado? Depois do autocarro a caminho de Compostela há dias, eis que agora dorme debruçada numa mesa, na fila contrária à onde me encontro.

Bem, ninguém está a prestar atenção à reunião. Está tudo a falar, tudo virado para trás, cochicha-se, segreda-se…

Chegou-se ao cúmulo de se irem buscar taças de sopa fumegante. Daquelas taças de inox como há nas cantinas da escola. Uma para cada um.

Passo momentaneamente para o lado de cá. O formigueiro invade-me. É sinal de que posso controlar os acontecimentos. Tenho consciência disso mas apenas consigo ir de novo até à sala das reuniões onde tudo se encontra na mesma. Está tudo a comer sopa…menos a nossa amiga que come do sono, digamos assim.

Agora acende-se uma fogueira noutro local. Um senhor que eu não conheço e que se chama Nuno está-me a elogiar. Não se cansa de mostrar a sua felicidade perante o meu sucesso e remata:

- “Estiveste muito bem ontem!”

Bem, eram horas de acabar com toda aquela loucura e ir para o frio da rua.


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