Thursday, January 03, 2013

Akórdu Hortógraphiku

Parece que ninguém se está a entender quanto ao novo acordo ortográfico que entrará em vigor aqui em Portugal daqui a dois anos.

Segundo as últimas noticias, o Brasil adiou em um ano a introdução obrigatória das novas regras de escrita que tantas dores de cabeça estão a dar a quem tem de ler e escrever todos os dias.

Mas afinal, que ideia foi esta de alterar assim sem mais nem menos a forma de escrevermos? Por que não foram consultados os cidadãos antes de se partir para a assinatura de um acordo que só vem assassinar a nossa língua? Se o Brasil (país aparentemente mais beneficiado com as alterações ortográficas) já questiona o acordo, por que teimam em nos impingir a nós aqui em Portugal o novo acordo?

Eu sou uma velha do Restelo que não gosta de mudanças muito bruscas e radicais como estas que agora se verificam na escrita mas, ao ler algo já escrito à luz do novo acordo ortográfico, fico com um sentimento estranho. É como se de repente Portugal já não tivesse identidade própria. É como se perdêssemos até a nossa Língua Materna.

Até que me digam o contrário, escreverei como sempre escrevi. Afinal de contas, que ideia é esta de escrever “fato” em vez de “facto”, se continuamos a dizer “facto” e não “fato”? Não percebo e parece que não é para perceber.

Dói só de olhar para algo escrito á luz do novo acordo. Então será que, de repente, virámos todos uns analfabetos que escrevem tudo com erros? Teremos de regressar à primeira classe para aprendermos de novo a escrever?

A esmagadora maioria das pessoas que conheço estão contra o novo acordo ortográfico e admitem, tal como eu, continuar a escrever como sempre escreveram. Até que nos chamem ignorantes e analfabetos.

Vamos a ver se Portugal e os outros países que assinaram este acordo da discórdia param um pouco para reflectir, tal como parece ter feito o Brasil. Talvez o melhor mesmo seja rasgar o acordo e continuar tudo como dantes, cada um escrevendo na sua variante de Português.

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