Tuesday, January 15, 2013

“JÁ VOU!”

Sempre que tenho de acordar cedo à segunda- feira para ir até Coimbra para iniciar mais uma semana de trabalho, a noite de sono é mais de alerta máximo do que de descanso. Não sei por que é que isso acontece mas são raras as noites como esta em que eu durmo profundamente e só acordo de manhã.

Às sextas-feiras, quando vou passar o fim-de-semana a casa, adormeço quase instantaneamente, de luzes ligadas, rádio com o volume mais para o alto do que para o baixo…Fazem barulho? Devem fazer. Eu é que não o oiço e acordo quando já é manhã. De domingo para segunda é uma desgraça.

Esta noite não foi excepção. Barulho, sonhos e um inexplicável medo de que o telemóvel não despertasse tiraram-me o descanso.

Foram estes condimentos que também prepararam os meus sonhos desta noite. Uns sonhos muito fragmentados.

Lembro-me de acordar na minha cama. Era já completamente de dia. Então o telemóvel não tinha despertado. O Sol já ia alto. Deviam ser umas oito e meia da manhã. Ai a minha vida! Afinal o telemóvel estava ligado quando lhe peguei. Não despertou porquê? Comecei a brincar com a câmara do telemóvel, com o zoom. Ao longe via uma estrada bem movimentada, árvores, o nascer do sol…estava um dia bonito e luminoso.

Acordei confusa. Ainda era de noite. Pela hora da chegada do padeiro, deviam ser umas quatro da manhã. Havia mais duas horas para dormir em paz e sossego mas o barulho era algum.

Não devia estar a dormir há muito tempo quando julguei estar acordada. Estava eu na minha cama, cabeça enterrada nas cobertas, quando a minha mãe me bate à porta e me chama. Eu grito-lhe:
- “JÁ VOU!”

Acordei com o meu próprio berro. Ninguém me tinha chamado e foi uma sorte ninguém ter acordado. Adormeci novamente.

Sonhei que tinha vindo uma estranha encomenda no correio vinda de Itália. Dizia: “Your mother is murdered”. Fiquei preocupada. Seria alguém que queria fazer mal à minha mãe? Quem era essa gente e como descobriu a minha morada? Pela Internet? Como?

Não escondia a minha preocupação, por mais que me dissessem que se tratava, provavelmente, de uma brincadeira. Eu estava mesmo angustiada.

Fui com a minha mãe a uma caminhada e não me afastei dela para nada poder acontecer. As pessoas que nos acompanhavam diziam para eu não ligar muito ao caso mas eu continuava preocupada. Nem tinha reparado que tínhamos descido a pique e agora íamos subir um morro enorme.

No final desse morro toda a gente parou. Havia violas e eu estava a experimentar a tocar mas tinha um problema: sou canhota e as violas tinham as cordas posicionadas para destros.

Acordei quando finalmente o telemóvel tocou. Estava extenuada. Estava ainda mais cansada do que naqueles dias em que não tenho mãos a medir com o trabalho.

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