Wednesday, March 05, 2008

Só nós não fazemos nada

Mostrei um dia destes toda a minha indignação pela falta de dinamismo e de iniciativa da ACAPO-Centro. (ver texto “Teatro para cegos”) Hoje folheio o Diário “As Beiras” e leio uma notícia que me deixa um pouco triste.

Não é que eu não goste que as outras associações de deficientes façam coisas novas e que ajudam os seus utentes a se sentirem um pouco melhor com a deficiência que têm. Apenas gostaria que fizéssemos o mesmo. Que alguém tivesse ideias. Que alguém nos ajudasse a nos sentirmos melhor e a vivermos mais motivados e felizes através destas pequenas grandes coisas.

A APPACDM sempre assiste aos jogos da Briosa. Não são os únicos, pois outras entidades fazem o mesmo. Só as Toupeiras Dum Raio é que não sabem, nem querem saber de criar um protocolo desse género.

Eu penso que a Académica não nos fecharia as portas. O que há é uma gritante falta de vontade, de iniciativa e de esforço para tornar a vida dos associados bem mais alegre. Ainda por cima- isto é o cúmulo- a pessoa que deveria zelar por esse tipo de coisas veio um dia ter comigo quando eu estava a estagiar na Académica a perguntar se eu tinha bilhetes. Eu respondi-lhe que se ele queria bilhetes teria de contactar a Académica como os outros fazem. Aqui a culpa não é da Académica. É inteiramente dele. Aliás, é dele toda a culpa de não haver qualquer tipo de iniciativas nesta deprimente associação incapaz de captar jovens cheios de dinâmica e iniciativa.

A falta de dinheiro não é desculpa. A APPACDM é uma IPSS como a ACAPO. E tem iniciativas, visibilidade no exterior e uma dinâmica de actividades muito grande. Se a ACAPO não faz por manter os seus associados activos a culpa é dos dirigentes. Onde é que quem deseja descomprimir assistindo a um jogo da Briosa gasta dinheiro? Francamente! Eu já desisti de dar ideias a gente que tem como único objectivo organizar magustos e jantaradas, alegando que é o que a maioria quer.

Também não educam as pessoas para mais nada. As mais cultas que lá vão parar só falta queimarem-nas na praça pública. Eu cada dia fico mais desiludida com o que a ACAPO (não) faz. E querem eles fazer transparecer para a rua que os deficientes visuais andam felizes e contentes, que são seres autónomos e capazes, bla bla bla...Estou farta dessa ladainha! Comecem a trabalhar! Mexam-se!

Toda esta inércia deixa-me triste e desiludida. Vale-me o meu trabalho para não pensar nestas coisas. Para além de ir ao Futebol, a APPACDM mantém uma parceria com uma associação britânica. Os ingleses visitam Coimbra e vão assistir ao jogo entre a Académica e o Paços de Ferreira.

Eu adorava que nós também tivéssemos contacto com outras associações além fronteiras. Já dei ideias nesse sentido e ofereci-me para ajudar, uma vez que falo várias línguas. Esta questão é-me bastante sensível porque existe uma razão muito forte para ficar triste de cada vez que ouço falar de parecerias e protocolos entre associações de deficientes.

Alguém muito importante na minha vida queria há cerca de três anos contactar connosco aqui em Coimbra. Eu não soube o que dizer. Tive vergonha. Se as coisas funcionassem como deveriam, as duas associações estariam ligadas e eu estaria mais perto da pessoa que amo.

Enfim, não adianta estar a massacrar-me com uma realidade que só consegue mudar para pior.

Até em sonho me revolto com aquela gente. Sonhei que a nossa sala de aulas tinha umas péssimas condições. Não é mentira nenhuma. Por essa razão, saímos à rua para nos manifestarmos contra esse estado de coisas. Eu tomei um autocarro de assalto e peguei no microfone. Perante os olhares atónitos dos passageiros comecei a discursar.

O dia amanhece como o de ontem. Estava um pouco mais de frio.

Comecei a leitura de um novo livro: “Qmrán- o Enigma dos Manuscritos do Mar Morto” de Eliette Abécassis.

Tudo correu dentro da normalidade da parte da manhã. Apenas há a registar o facto de um aluno vir pedir uns calções de banho porque os dele lhe estavam...apertados. Ou ele engordou, ou os calções encolheram ao serem lavados.

Cada pessoa tem o seu método de trabalhar. Por vezes é difícil nos entendermos com alguns códigos. Eu percebo o código de colocar traços em cima dos números de crianças de cada escola para sinalizar que elas saíram e os cartões que, por qualquer motivo, ainda não foram passados com os códigos de barras virados para cima nos cacifos e ligeiramente saídos para fora. Outros colegas meus fazem diferente.

No autocarro um homem berrou bem alto porque queria sair na paragem seguinte e a campainha não funcionava. Porém, nem isso me fez despertar da letargia em que me encontrava. Por pouco não me deixei ir e não fui sair mais adiante. Era bem feita. Mas para que é que o sono existe?

Acabei por chegar três minutos atrasada a uma tarde de trabalho com bastante movimento.

Andam imensos grupos de crianças a passear na rua. Agora está um tempo agradável. A Primavera está aí e é altura de realizar algumas iniciativas ao ar livre. Um desses grupos acabou por me confundir. Pensei que era uma escola que ia ter aula na Piscina.

Duas meninas queriam-se inscrever mas necessitavam da autorização dos encarregados de educação para tal. Não se deve facilitar.

Hoje fiz o treino ao contrário. Em vez de fazer 30 minutos e ver quantas voltas é que eu conseguia dar numa das pistas de fora, tentei ver em quanto tempo dava dez voltas a essa mesma pista. O resultado foi: 29. 24.70 minutos. Depois tudo foi normal com ginástica e alongamentos. Uma hora bem aproveitada.

Já relaxada em casa e pronta para o fim-de-semana tentei localizar uma rádio onde estivesse a dar o relato do jogo entre a Naval e o Boavista. Acabei por achar uma depois de muito procurar. Aquilo ouvia-se mal mas servia para o que era. Acabei por adormecer. Lembro-me de Kazmierczak ter empatado o jogo para o Boavista perto do intervalo e acho que o jogo terminou mesmo com esse resultado.

Situação do dia:
Passou um veículo de grande porte. Não deu para distinguir o que era. O que passou fez um barulho infernal, capaz de fazer estremecer tudo quase com a intensidade de um sismo. Era mesmo medonho!

Bacorada do dia:
“Ao preço que está o gasoilo....” (A bacorada também foi cara.)

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