Thursday, March 27, 2008

Foi horrível!!!

Quando acordei daquele pesadelo logo encontrei um motivo para que ele acontecesse. Ainda estremunhada, lembrei-me do que tinha acontecido poucos segundos antes de adormecer. Para dizer a verdade, acho que já estava mais a dormir que acordada.

Depois de ter adormecido a ver televisão- como habitualmente- acordei quando já estava a dar o “Código Sintra”. Apaguei a televisão e retomei um CD que tinha deixado em pausa antes do jogo começar. Faltavam poucas músicas para o CD terminar, mas eu nem me levantei para o recomeçar. A preguiça tomava normalmente conta de mim.

Estava frio. Estava totalmente metida debaixo dos cobertores. Da rua o som de uma ambulância ou de uma viatura da polícia cortou o silêncio e fez-me estremecer. Estava dado o mote para o meu subconsciente fazer o favor de me estragar a noite, transformando esta situação num horrível pesadelo.

Eram dezenas, centenas, milhares...nunca tinha visto tanta ambulância a passar, ainda por cima num local tão recatado como a minha terra. Estava uma noite escura e triste. Uma noite de um sábado para domingo. A janela do quarto da minha irmã ainda permitia ver para a rua (coisa que já não acontece hoje com as obras que se fizeram em casa). Os semáforos da mega-caravana feriam os olhos. Gritos de pavor saíam de dentro das viaturas que passavam a apitar também de forma horrível. Eram crianças, bebés até que exprimiam toda a sua dor. Algo de muito grave se tinha passado algures.

Eu e a minha mãe observávamos com horror da janela tudo aquilo. Ainda hoje me arrepio só de pensar nos gritos que saíam do interior das ambulâncias. Não recomendo a ninguém. Uma cena dessas só num sonho é possível. Ou então num cenário de guerra ou atentado terrorista em larga escala. Ali?!!!

Parecia não ter fim a passagem de todas aquelas ambulâncias. Peguei no telemóvel e fotografei a sua passagem. Inquietava-me. A primeira coisa que eu pensei foi que se tivesse tratado de um acidente ferroviário na ponte de Várzeas ou de um incêndio num local onde estivesse muita gente. Não sei!

Com a televisão ligada, o meu pai dormia indiferente ao barulho lá fora e aos nossos comentários. A televisão dava notícias. O que se passava ali ainda não tinha chegado ao conhecimento dos órgãos de Comunicação Social. Disse eu que ia procurar um número de telefone e alertar para este acontecimento. As ambulâncias ainda continuavam a passar.

As notícias eram as habituais. Parecia que nada se estava a passar ali naquele momento. Algo se passava e era sério. Era de abrir qualquer noticiário.

Parece que o tempo passou. Na adega de casa do meu vizinho assistia a algo arrepiante. Foi para lá que foram transportadas as vítimas daquela...como é que eu hei-de chamar...tragédia. Estava escuro. Apenas uma luz lilás mostrava sombras de pessoas penduradas. Crianças sobretudo. Eu tapava os olhos horrorizada. Caminhava para a cozinha onde havia roupa hospitalar e sacos negros.

Acordei a tremer de pavor. Ainda ecoavam na minha cabeça os gritos daquelas pessoas e os alarmes das ambulâncias. Que horror! Ainda mais apavorada fiquei quando me lembrei que dia era. Era sábado e tinha de ir a pé para casa. Lembrei-me que uma vez não fui não sei onde porque também tinha tido um pesadelo. Se algo acontecesse...Comecei a arquitectar um plano para não ir a pé. Carregar a mochila com coisas pesadas para alugar um táxi. Mas as coisas, a terem que acontecer, aconteceriam seguramente.

O pesadelo, os seus sons e as suas imagens ainda me mantinham em estado quase de choque. Há muito que não acordava tão apavorada. Como é habitual, comecei a rebuscar na minha mente as causas para tão horrendo pesadelo. A primeira, e a principal, foi a passagem de um veículo desses na rua a fazer todo aquele barulho quando já estava o meu subconsciente a trabalhar. Não foi a primeira vez que isso aconteceu. Há uns anos atrás, ainda eu estudava, passou também na rua uma ambulância. Também deu origem a um sonho semelhante, mas com consequências menos devastadoras. Mas para que é que os alarmes andam ligados a altas horas da madrugada quando há pouco tráfego na rua?

Aquela imagem final de pessoas penduradas...Eu conhecia aquilo de algures. Dei algumas voltas à cabeça e lembrei-me de algo que aconteceu naquela noite enquanto dava o jogo entre Portugal e a Eslováquia. Passou em rodapé um anúncio de programação especial para as comemorações do 100º aniversário da Irmã Lúcia. Dever-me- ei ter lembrado de imagens dela do Museu de Cera em Fátima. É isso! O Museu de Cera! A cena em que Nossa Senhora mostrou o Inferno aos Pastorinhos. É aí que se encontram algumas figuras assim penduradas. Lembro-me que lhes toquei. Aqui no sonho recuei quando lhes coloquei os olhos em cima. Vejam lá a associação que o meu subconsciente fez aqui!

Gritos de crianças! Para isso também arranjei uma causa. Lembrei-me que num dia destes ouvia gritar na Piscina e perguntei a uma colega o que se estava a passar para as crianças gritarem daquela maneira. Estava tudo normal. Gritavam só pelo acto de fazer barulho.

Ainda peguei no sono depois, mas todos os sonhos estavam ligados com esse. Num desses sonhos estava no balneário do Estádio com outras raparigas que costumam lá estar. Todas nós estávamos ali nuas. Tínhamos medo de sair “para não passar por ali”. Por ali por onde eu tinha passado. Onde estavam todas aquelas pessoas. Todos os caminhos lá davam. Não tínhamos saída.

Foi arrepiante essa madrugada. Pensei em escrever logo a quente o sonho no meu computador portátil, mas tremia por todos os lados. Mesmo assim (e revelando um pouco dos bastidores deste blog) este texto não se sujeitou a ser escrito cerca de três meses depois. Os textos que descrevem sonhos são escritos no próprio dia ou apontados à mão. Como este foi marcante, no dia a seguir a ele ter acontecido, ainda me lembrava bem de como tinha sido um pesadelo que não desejo que se repita nem que se realize de qualquer forma.

Nada se passou naquele dia. Resumindo e concluindo, a noite foi ainda mais agitada que o resto do dia.

A primeira coisa que fiz foi ver se o gatinho estava confortavelmente agasalhado e quente. Depois fui procurar a gata que apareceu uns minutos depois de eu ter aberto a porta.

E lá parti rumo a casa. Tinha medo de ir a pé mas era isso que ia acontecer. Quando cheguei a Anadia reparei que ao pé do mercado já existe uma passadeira. Nós reclamávamos sempre pelo facto de ali não haver uma passadeira e mais abaixo estarem duas no espaço de cerca de trinta metros.

Se bem me lembro, acabei mesmo por ir a pé para casa. Nada de anormal se passou.

Bom, com este sonho ficou alterado o tema de um texto que seria seguramente dedicado ao Portugal- Bélgica que prometia depois de tudo o que aconteceu ao longo desta semana.

Teve de ficar para segundo plano esse assunto. Este sonho foi marcante. Acho que não me lembro de ter acordado tão passada por causa de um sonho.

O jogo saldou-se numa goleada da Selecção de Todos Nós à agremiação nacional daquele nosso amigo Stijn Stijnen.

Quando foi entoado o Hino Nacional da Bélgica, o público manifestou-se de forma lamentável com assobios e impropérios contra os adversários. Foi o que o excelentíssimo guarda-redes belga arranjou!

Aos dois minutos de jogo (precisamente a altura que Stijn Stijnen apontava para a execução do plano de arrumar Cristiano Ronaldo) o Jogador Número Treze viu um cartão amarelo por entrada bastante violenta sobre...Quaresma. Como Cristiano Ronaldo é o 17 e Quaresma é o 27, o artista só se pode ter confundido.

Quaresma viria a marcar o golo da noite. Foi um golo que ninguém se cansa de ver a toda a hora. Cristiano Ronaldo marcou dois golos. Num desses golos, o seu amigo Stijn Stijnen acabou por dar um frango. O público não lhe perdoou o erro e logo entrou em histeria O outro golo foi apontado por Nuno Gomes.

No final do encontro os dois amigos tiveram uma conversa e cumprimentaram-se. Aparentemente ficou tudo bem entre Cristiano Ronaldo e Stijn Stijnen. O craque português parece ter arranjado uma amigo...e nós...também.

Situação do dia:
Eu adoro quando os gatos vão para saltar para qualquer lado e falham. É a loucura! Desta vez a gata Feijoa ia para subir para cima de um banco e acabou por escorregar.

Bacorada do dia:
“Fiquei muito satisfeito com o comportamento do público.” (Pelos vistos Scolari adorou que os adeptos tivessem vaiado o Hino da Bélgica de forma lamentável e tivessem insultado o guarda-redes belga de cada vez que ele se mexia.)

No comments: