Saturday, March 15, 2008

A casa do Kasper



Ia a caminho da Faculdade de Letras. O vento era insuportável. Já não chovia, o Sol até brilhava e o Céu apresentava-se agora azul.

Junto aos Arcos quase levantava voo. Já há muito que não via tanto vento e com esta intensidade.

Aguardava ansiosamente aquela aula de Holandês. Era convidado um professor que dá aulas nas Antilhas. Em Aruba, me parece a mim.

Não havia ninguém à porta da sala de aulas. Estranhei. Ouvia um barulho estranho. Parecia vindo da sala ao lado que se encontrava fechada. Resolvi escutar. Aquilo parecia o barulho característico de uma casa assombrada. Resolvi captar esse som para a posteridade com o telemóvel. Aquilo era incrível. Chegava a assustar. Era arrepiante! Parecia o cenário de um filme de terror.

Estava eu a captar os sons vindos da sala que estava fechada e ficava em frente à nossa quando a nossa professora chegou com o professor que ia falar sobre as Antilhas. A palestra iria ser em Inglês.

A professora lamentou o facto de estar só eu na aula. Para ela, a falta dos alunos devia-se ao tempo lá fora que estava medonho. Aquele vento era incrível!

Os professores esperaram algum tempo que viesse mais alguém. Como isso não aconteceu, a aula teve início. Só depois é que chegou outro colega meu. Foi pena o professor falar apenas para dois alunos!

Estava com toda a atenção do Mundo a tudo o que era dito e mostrado. Eu adoro aquelas aulas assim. Sempre desejo saber mais sobre outros países e outras culturas.

O professor arranjou mapas das colónias holandesas e algumas imagens de areias brancas e mares esverdeados. Muito lindas, essas imagens! Nunca tinha visto nada igual! Apetecia ali passar umas férias de sonho.

A certa altura foi mostrada uma casa típica das Antilhas. Fiquei boquiaberta! È o que eu digo! O meu futuro deve estar nas ciências ocultas.

Não entenderam?!!! Passo a explicar: era uma madrugada de Agosto do ano passado que já ia longa demais e em que eu estava mais para lá do que para cá em termos de sono. (ver texto “Eu e o Caribe”)

Costumo dizer que é de noite que a minha imaginação e a minha criatividade atingem níveis mais elevados. Quando eu já estou com algum sono então parece que vivo as coisas. A minha imaginação voa. Parece que assisto a uma novela ou a um filme em que acontece tudo o que eu quero e em que posso estar ao pé de quem me apetece. Tudo quanto eu quero acontece.

Nessa noite, ouvia música do Caribe e isso levou-me a imaginar cenas passadas nessas paragens. O protagonista era Kasper Nijkamp- um ciclista que fez parte daquilo a que se chama a primeira equipa amadora da Rabobank. Agora é a Rabobank Continental, mas em 1997 chamava-se Rabobank Amateurs.

Esse ciclista é holandês mas estava inscrito num site como sendo originário das Antilhas.

Imaginava uma cena bem longínqua no tempo em que ele era o protagonista. Por incrível que pareça, imaginava a casa dele tal e qual como esta. Pouco diferia. O mais incrível é que eu nem sequer fazia ideia que as casas naquelas paragens eram assim. Sou demais!

Comecei o Dia do Pai a correr desalmadamente atrás do autocarro. Aposto em como, se no sábado tivesse corrido os 100 metros àquela velocidade, o resultado seria outro. Certamente.

Da manhã de trabalho nada há a registar. Apenas o facto de a chuva ter regressado contra todas as previsões. Quando eu saí de casa, o Céu estava cinzento, fazia algum vento mas não chovia nem parecia que ia chover tão depressa.

No autocarro o estado do tempo era tema de conversa. A chuva parece ter desaparecido, mas o Céu continuava carregado em algumas zonas. Noutras estava completamente azul. Era incrível! O vento entretanto também começava a soprar com uma intensidade assustadora.

Acabei por chegar atrasada, mais uma vez, por causa dos atrasos nos autocarros. Começo-me a passar com eles.

Apesar das condições climatéricas adversas, registou-se algum movimento na Piscina. Não estava assim tanto frio.

E cheguei finalmente a casa depois daquela emocionante aula a que fiz referência no início deste tópico. Estava confortável a ouvir o relato de mais um jogo em que o Glorioso ganhou.

O Benfica venceu o Estrela da Amadora na Reboleira por 0-1. O golo foi marcado por Petit. Já é o terceiro golo consecutivo que o médio encarnado marca. Tudo golos decisivos. Parece estar em excelente forma.

Em excelente forma também parece estar o meu subconsciente. Vejam o próximo capítulo da saga do meu blog!

Situação do dia:
No autocarro (para não variar) não sabia onde me havia de sentar. Por incrível que pareça, houve gente que ocupou os bancos de forma descarada. Num banco, uma mulher espalhava facturas e documentos que eu depreendi que eram para o IRS. Parecia que estava em casa dela, a criatura. Era demais! Noutro banco em frente jazia uma carteira de senhora. Não sei se era da mesma pessoa. Se era, era mesmo uma falta de respeito para com os outros passageiros a ave rara estar a ocupar todos os bancos do autocarro a ordenar documentos para fazer o IRS. Não sabia ter feito isso em casa?!!!

Bacorada do dia.
“Data de Nascimento: Acho que é 25 de Outubro.” (A memória já não é o que era.)

1 comment:

Sol said...

Beste Toupeira,

estou a adorar ler o teu blogue. O teu humor é um espectáculo. Estou na Holanda a trabalhar e sou de Coimbra. Quis deixar-te este comentário neste post pois quero dizer-te que na Holanda, pelo menos aqui onde vivo, os autocarros fazem qualquer um passar-se pelos seus atrasos. E isto com o frio que aqui há. Acho que é mesmo para incentivarem o pessoal a andar de bicicleta. Vou voltar para continuar a ler as tuas histórias que tanto me fazem rir. E um dia quando for a Portugal gostava até de te conhecer. Se quiseres saber mais coisas sobre a Holanda visita o meu blogue.

Sol