Friday, March 07, 2008

Atrasos

Mais outro texto que vai ser escrito de forma ordenada (sem destacar um tema ou fazer um grande texto) e mais outra segunda-feira em que as coisas não correram propriamente como eu queria.

Estava uma manhã de Sol, mas o frio era cortante. Estava péssimo para se estar a esperar largos minutos por uma camioneta que já estava mais que atrasada. Pensei que tinha sido desta que a choça tinha avariado e eu já ia ter problemas. E lá vinha ela devagar. Se houvesse qualquer coisa pelo caminho ia ser lindo! Iria chegar a umas lindas horas.

Já não eram horas decentes quando cheguei a Coimbra. Como o outro 29 já tinha passado, houve que esperar que viesse o próximo. Só que esse autocarro já estava atrasado também.

Nem por isso deixou de haver selvajaria no autocarro amarelo e branco número 29. Àquela hora já havia muita gente com os nervos em franja. Eu também já estava passada.

Realmente quem conduz aquele autocarro tem de ter muita paciência e deve chegar ao final do dia com uma terrível dor de cabeça de aturar aquela gente toda. Aliás, os requisitos para se conduzir o 29 deviam ser: curso de Socorrismo e Suporte Avançado de Vida, conhecimentos em Gerontologia e Geriatria e estágio nos HUC, em centros de dia ou em lares de idosos. Só assim o motorista estaria apto a dar uma resposta mais adequada a tudo o que se passa no autocarro que vai para o hospital.

Houve mosquitos por cordas quando o motorista não deu tempo para que alguém com mobilidade reduzida saísse. Houve uma voz mais exaltada que se ergueu. E começou a disparatar com o motorista. Este alegou que ia com pressa.

O autocarro estava atrasado e o motorista vinha de mau humor por causa disso. E o que é que acontece quando já se vai atrasado? Acontece sempre mais alguma coisa que atrase ainda mais.

Pois bem: na Praça da República não podiam ter escolhido melhor altura para cortarem os ramos das árvores senão uma segunda-feira de manhã à hora de ponta. Aquela gente não se lembrou que é àquela hora que toda a gente regressa à cidade depois de passar um fim-de-semana na terrinha.

Havia veículos de grande porte e ramos no chão. O trânsito estava lento e já se ouviam protestos. Com toda a razão e mais alguma, o motorista do 29 começou a disparatar com os homenzinhos. Disse que não eram horas para se fazer aquilo e perguntou se não tiveram tempo no fim-de-semana quando a Praça da República e o resto da cidade está praticamente deserta.

Claro está que devo ter batido o recorde de atraso. Eu detesto isso. As coisas parece que já não correm tão bem.

Tirei uma senha a um jovem que afinal tinha cartão. Foi da maneira que aprendi a anular parcelas. Afinal de contas, é com os erros que aprendemos.

Os atrasos dos autocarros continuaram a estar na ordem do dia. Estava condenada a não chegar a horas a lado nenhum, a não ser às aulas porque vou a pé.

Uma estudante ia a pagar a entrada. As moedas escorregaram das mãos e foram-se meter debaixo do computador.

Tivemos de encerrar durante essa tarde porque a água teve de ser tratada. Que seca! Nada para fazer.

Com tanto atraso naquele dia, acabei por sair um pouco mais cedo. Como não trazia nada para comer, fui ao Pingo Doce de Celas e achei uns pacotes com uma espécie de maçã seca. Aquilo era mesmo bom!

A última aula antes do teste normalmente é dedicada a fazer revisões. Foi isso que aconteceu. Estivemos a fazer alguns exercícios. Consta que numas figuras confundi a cama com a sanita. Demais!

Quando cheguei a casa o Benfica já vencia a União de Leiria por 1-0. O golo foi de Simão.

Enquanto mudava a roupa à minha cama, ia ouvindo o resto do relato. O Benfica estava a ter dificuldades em manter aquele resultado tão escasso.

E eis que Petit resolve o problema sacando de uma das suas famosas ameixas. O Glorioso acabaria por vencer por 2-0.

Nesse jogo o guarda-redes Quim lesionou-se e teve de abandonar o jogo. Moreira foi obrigado a entrar. O jovem guarda-redes entrou debaixo de um ensurdecedor aplauso. Quem também foi bastante aplaudido foi David Luiz que realizou um excelente jogo.

Acabei por adormecer a ver televisão. Aquele dia foi muito desgastante.

Situação do dia:
Na maior parte das rádios locais portuguesas, as pessoas pensam que os programas informáticos podem substituir os funcionários. Este episódio só vem provar que isso é a mais profunda das mentiras. Na Rádio Botaréu de Águeda, a emissão esteve toda a noite a passar apenas os acordes iniciais das músicas, dos jingles, dos sinais horários e dos spots publicitários. Alguém programou mal o sistema.

Bacorada do dia:
“Mijn vader kookt het eten in de badkamer.” (O meu pai prepara a comida na...casa de banho.)

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