Wednesday, April 25, 2007

No Equador os jogos não podem terminar empatados

Equador, Dezembro de 2006

Não me perguntem quem eram as equipas que disputavam esse encontro a contar para o campeonato equatoriano de Futebol. Jogadores então não conheço nenhum. Mas que interessam os nomes para esta história em que apenas os factos interessam. E que factos!

O desafio chegou aos noventa minutos regulamentares empatado a uma bola. Parece que nestas paragens tal não é permitido. Tem de haver um vencedor e um vencido a todo o custo. Mas a todo o custo mesmo!

Para desempatar esses desafios que terminam sob o signo da igualdade há que proceder ao desempate à moda da terra. Estamos na América Latina, não esqueçam! Isto conta muito.

Parece que no Equador não se usam as habituais e sempre discutíveis formas de desempate impostas pela FIFA e pela International Board. Ali criaram-se regras infalíveis de decidir o vencedor do encontro. Para nós podem não ser as mais convencionais e podem até causar algum choque. Mas há que as analisar à luz daquilo a que se chama relativismo cultural. Não nos esqueçamos, mais uma vez, de que estamos a falar de um país da América Latina!

Pois bem: terminado o tempo regulamentar, há que aplicar as regras locais para serem atribuídos os três pontos. Então pede-se, literalmente, a ajuda do público para esse efeito. Claro que a equipa que tiver o maior número de adeptos poderá estar em vantagem.

Adeptos das duas equipas invadem o terreno de jogo. A polícia também dá uma mãozinha. Começa o “prolongamento”. Toda a gente se prepara para a batalha campal que decidirá o jogo. Adeptos, jogadores e até polícias defendem-se da melhor maneira das investidas do “inimigo”. Vale tudo. Murros, pontapés, golpes baixos…O que interessa é molestar o mais possível o rival sem olhar a meios nem a questões éticas. Em poucos minutos, corpos contorcem-se no relvado e a confusão teima em alastrar até ao exterior, se possível.

Quando tudo acalma, será possível decretar um vencedor para o encontro. O veredicto será dado pelas autoridades competentes. Então procede-se à contagem das vítimas da batalha campal.

Ganha a equipa cujos seus adeptos ou jogadores foram menos atingidos e cujos golpes das pessoais equipadas com as suas cores nos adversários e na polícia foram mais certeiros. Caso não se chegue a nenhuma conclusão, será analisado o comportamento das gentes dos dois emblemas. O empenho na luta, os meios e objectos utilizados, a preparação física, tudo e mais alguma coisa. Por exemplo: a entrada em cena de uma caçadeira ou mesmo de um revólver por parte de um qualquer adepto conta imenso para este tipo de desempate.

Pelo resto do Mundo, continua-se ainda à procura da forma de desempate mais eficaz. Tentou-se o “Golo de Ouro” ou “Morte Súbita”- que deu o título de campeão da Europa à Alemanha em 1996, o “Golo de Prata”que funciona apenas se uma equipa marcar um golo na primeira parte do prolongamento- já não se regressa para a segunda e, simplesmente, a lotaria dos penalties.

Por aqui também foi dia de muito Futebol, mas já lá vamos. Comecemos por relatar o que se passou antes disso naquele penúltimo dia de aulas na ACAPO. Estamos sob pressão e as nossas noites de sono reflectem isso mesmo com sonhos que sempre vão dar ao mesmo.

A equipa técnica anda a chamar o pessoal e a meter-lhe um pouco de medo sobre o seu futuro. Por acaso a mim não me chamaram ainda. Até admira!

Por causa dessas coisas sonhei que me tinham pregado um sermão e que me tinham dito que já não ia para estágio. Acordei sobressaltada.

Estava um pouco constipada e a garganta doía-me ligeiramente. As mudanças de temperatura sofridas na véspera fizeram o seu estrago. O tempo também estava frio.

Recebemos algumas notas que faltavam. As minhas foram todas de 16 para cima. Aqui as notas pouco interessam. Desde que haja estágios…

E assim se passou a manhã. A outra turma ensaiava para a festa. Eu iria participar mas não precisava de ensaiar. Era como calhasse!

À tarde a preguiça tomou conta de todos nós. Pegava-se. Continuámos a fazer algumas avaliações. Era a última aula, que haveríamos nós de fazer?

O Sporting jogou para a Taça de Portugal na Madeira com o União. Mandou antecipar o jogo para ter férias prolongadas foi? Os treinadores e dirigentes das equipas que estão cá para baixo na tabela não acharam nem um pouco de piada às férias.

Os lagartos venceram os madeirenses por 1-3 e seguem em frente para a próxima eliminatória da competição.

Um reparo para o jogador do União da Madeira que apontou o tento de honra. Este Belic será o mesmo que saiu do Nacional há uns anos atrás juntamente com um seu colega chamado Petrovic rumo ao Vianense alegando medo de andar de avião? Fui verificar se era ou não o mesmo, mas nada concluí. A ser o mesmo, agora já pode jogar na Madeira? E logo agora que as equipas da Madeira foram todas espalhadas pelas diferentes séries da II Divisão, o que provoca mais viagens ao Continente? Essa é boa!


O Glorioso colocava o calendário em dia ao receber o Belenenses em casa naquele célebre jogo que foi adiado devido ao “caso Mateus”. Em sua casa o Benfica mandou e derrotou os azuis do Restelo por expressivos 4-0.

O jogo foi transmitido pela TVI e um colega meu de curso estava a fazer reportagem. Estava algo nervoso. Era por estar a fazer a cobertura do jogo do Benfica. Se fosse eu também estava. Tentei mandar uma mensagem a outra colega, mas as mensagens vinham todas devolvidas. Nunca me ocorreu saber a razão, até porque eu não sou adepta de mandar muitas mensagens por telemóvel.

Ainda fui fazer uma pequena limpeza ao meu quarto antes de me deitar. Também preparei tudo para o número da festa.

Bacorada do dia:
“Nunca sei do cabo da Internet sem fios." (Afinal a Internet não era sem fios!)

No comments: