Wednesday, April 11, 2007

Raispartak o vermelho

Depois da derrota em casa com o Benfica, a turma lagarta defrontava também no seu estádio outra equipa cuja indumentária pouco diferia da do Glorioso. Estava lançado desde logo o mau presságio que ultimamente tem perseguido o Sporting. Ah! E estamos também a chegar ao Natal.

Eram vermelhos. Vieram da Praça Vermelha e vieram do frio para incendiar ainda mais o clima de insatisfação que se tem vindo a fazer sentir para os lados de Alvalade nos últimos desafios.

A presença de Mozart em campo antevia um fabuloso concerto, mas a música foi outra. Foi da pesada com a interpretação de Bystrov que deu que fazer aos atónitos defesas lagartos. O russo parecia atordoar a turma leonina com a sua estranha dança na área.

O Spartak de Moscovo entrou de rompante no jogo, tal como fez o Benfica uns dias antes e facilmente se apanhou a vencer por 0-2. Estava desorientada de todo a turma de Alvalade. Tão desorientada que...

Os assobios em Alvalade já se faziam ouvir com uma intensidade bem considerável quando Carlos Bueno (quem?!!!) marcou o golo do Sporting. Foi o primeiro marcado pelo avançado uruguaio desde que chegou ao Sporting. Estava demais aquele jogo.

E se Bueno que não está habituado a marcar marcou, já Liedson teve uma falha clamorosa quase a terminar a primeira parte. Andava realmente tudo disparatado em Alvalade.

O intervalo chegou finalmente com um resultado desfavorável para o Sporting. Tinham de mudar radicalmente os lagartos para continuarem na Europa do Futebol. Para provar que nada de positivo se passou, Liedson afinou a pontaria e rematou à barra. Já lá iam dois golos falhados de forma clamorosa pelo “Levezinho”.

Também Yannick vinha com a pontaria completamente descontrolada e perdeu mais uma oportunidade para o Sporting empatar o jogo. O remate foi direito às bancadas, sublinhado por uma monumental assobiadela.

Como o Sporting era aquela miséria que se via na hora de fazer o golo, o Spartak não perdeu tempo. Aproveitando a ira dos adeptos, tornou ainda mais o ambiente num inferno ao apontar o terceiro golo. Quem não marca, sofre.

Os adeptos do Sporting já estavam por tudo e já aplaudiam cada jogada do Spartak. O jogo já se aproximava do final e o ambiente estava estranho. Bastava para isso o facto de os adeptos sportinguistas aplaudirem uma equipa que vestia de vermelho e branco. Estava demais. E de que cor estaria já a gravata de Paulo Bento com tudo isto?

E assim chegou o final do jogo. Antes ainda houve tempo para a entrada de um jogador do Spartak com o número 40 (?!!!) Já estava mesmo a descambar a partida. Não me lembro de ter visto um jogador a alinhar com tal número. Por mais voltas que eu dê à minha mente...Esse jogador entrou para o lugar de Bystrov que foi aplaudido pelos adeptos do Sporting. Foi para isso que o treinador do Spartak fez aquela substituição. È que o árbitro resolveu acabar com aquele autêntico show de disparates.

Se o jogo tivesse continuado por mais dez segundos que fossem, a gravata de Paulo Bento podia ter sofrido um acidente irreversível. Ao apito final do árbitro dinamarquês, a referida peça da indumentária do treinador do Sporting estava já roxa, lilás, quase a passar para o...encarnado.

Quem gostaria certamente que o jogo tivesse mais tempo era o Jogador Número Quarenta do Spartak que mal teve tempo de pisar a relva do Estádio de Alvalade. Eu, francamente, penso que nunca vi nenhum jogador com tal número de camisola. Eu até julguei estar a ver mal. Uma coisa é certa, estão abertas as hostilidades para se criar mais uma personagem deste blog. É que quase ninguém se apercebeu da entrada daquele elemento em campo. Mal vi o nome do artista. Não sei a posição que ocupa no relvado nem nada que se pareça. O meu subconsciente ir-se-ia mais tarde encarregar de me dar algumas informações. Basta ler os próximos textos.

O dia amanheceu com chuva e com alguns incidentes. O cabo da Internet estava desligado e eu tive de andar às voltas para o ligar. Depois de muito pensar como é que aquilo se ligava e onde, lá consegui pôr tudo a funcionar.

Depois de ter passado umas fotos para uma amiga minha, para a pen drive dela, estava pronta para enfrentar mais um dia daqueles em que nem temos aulas, nem podemos fazer o que nos apetece. Começa a ser incrível.

As decisões quanto aos locais dos nossos estágios também precisam de ser tomadas, mas ainda ninguém sabe ao certo se vamos todos para estágio, se ninguém vai por falta de verba, se vão alguns... Isso é lamentável porque há pessoas que já possuem aval para continuarem a trabalhar em locais onde anteriormente fizeram as experimentações. Eu própria tenho urgência em que o meu estágio na Piscina de Celas seja aprovado porque tenho outras coisas a resolver.

A manhã de “aulas ” chegava ao fim. A caminho da cantina onde eu iria almoçar apanhei uma molha até aos ossos. Trazia guarda-chuva, mas tudo era insuficiente para impedir a carga de água que caía de molhar quem se atrevia a andar na rua com aquele tempo adverso.

Foi molhada até aos ossos que regressei à “sala de aula”. Como nada temos a fazer, há que conversar. Os estágios, as experimentações e algumas injustiças que se cometem em relação a alguns de nós dominam as conversas. As pessoas inventam todo o tipo de desculpas para não nos dizerem na cara que não nos querem lá e que preferem ser elas a fazer as coisas. Eis um exemplo que roça o ridículo.

Um colega nosso contou que lhe disseram que uma senhora no local onde ele esteve tinha de trabalhar naquele gabinete ao lado do meu colega. A razão, imagine-se, era uma planta que lá se encontrava que podia secar se a dita senhora lá não fosse todos os dias para falar com ela. Para plantas como essas há a solução: colocá-las na rua. Pode ser que haja uma prova de Ciclismo nas imediações e algum atleta resolva lá ir também cumprimentá-la de forma mais efusiva.

E assim se passou a tarde. Graças a um termo ventilador consegui secar a minha roupa enquanto se contavam dessas histórias hilariantes.

O treino desse dia não passava de um teste para as provas que iriam abrir a época desportiva. Como estava a chover, o treino sofreu uma ligeira alteração. O aquecimento foi ao ar livre e consistiu em vinte minutos de corrida contínua. Quase sete voltas.

Depois a chuva fez com que fosse para a pista interior fazer alguns exercícios. Era uma maneira de ver como estava fisicamente e de avaliar o que se poderia fazer nas provas. Ao fim de uma hora e de alguns alongamentos, havia que terminar o treino que também ficou marcado pelo esquecimento do top em casa. O jogo não esperava.

Depois do jogo em que o Sporting se viu arredado das competições europeias e em que mostrou estar a sofrer do síndrome do Natal, algumas notícias demonstraram que a quadra festiva que iremos brevemente atravessar se faz sentir em tudo e mais alguma coisa.

Nos protestos contra o Governo, a quadra natalícia também faz das suas. Senão vejamos: os professores contratados decidiram erguer uma portentosa árvore de Natal junto ao Ministério da Educação. Para os membros do Governo, estes docentes levaram como prendas bilhetes de avião e maçãs encarnadas (?!!!!!!!). Uns estranhos presentes!

Ficou-se também a saber que o estádio do Arsenal de Londres se encontra contaminado com polónio 210. Os russos estiveram lá.

O dia foi muito agitado. Havia que descansar. As aulas agora são esgotantes. Exigem que se durma dezasseis horas por dia.

Situação do dia:
A equipa do Sporting está uma verdadeira a anedota. Até a forma como se lesionam os jogadores lagartos roça o ridículo. No jogo com o Spartak de Moscovo, Miguel Garcia foi disso exemplo. Foi substituído por Miguel Veloso após se ter lesionado de forma completamente displicente. O defesa do Sporting escorregou a fazer um lançamento e caiu em cima da bola que havia largado.

Bacorada do dia:
“Ela não vos vai chamar pela letra alfabética.” (Será que temos números e desconhecemos?!!!)

No comments: