Wednesday, April 11, 2007

Possível só em sonhos

Sobrevoei o interior de um túnel que ficava também no interior de um edifício, ofereci-me para comprar o edifício da ACAPO, levei o livro de ponto da professora, andei pela rua de noite sem destino…isto para além de ter sonhado com o rapaz do costume. Assim tem sido nos últimos tempos. São estas as partidas que os sonhos nos pregam.

Acordei passava um minuto das quatro da manhã. Sonhei com um evento desportivo onde participavam atletas de todo o Mundo. Eu estava lá, apesar de não se tratar de Atletismos. Foi possível ver algumas delegações perfiladas. Eu estava feliz ali. Só que esses sonhos levam-me a fazer longas reflexões sobre a minha vida quando acordo.

Devo ter estado uma hora a pensar na minha vida e nas soluções que posso encontrar para resolver os problemas que surgem. Um deles é o meu sonho de ir à Holanda e outro será como ir trabalhar ou fazer o estágio profissional para a Académica.

Adormeci nesse mar de dúvidas e poderei ter tido uma antevisão do que irá acontecer na minha vida através do simbolismo desta parte do sonho. Dizem os especialistas na matéria que é um sonho muito significativo o que se tem com travessias e com a maneira como elas são feitas. Se isto quer dizer alguma coisa…

Dou por mim a sobrevoar um túnel que fica no interior de um edifício. Cada vez voo mais alto e a certa altura baixo para não bater no tecto. À medida que vou avançando para o interior, vai ficando mais escuro e eu fico um pouco assustada. Depois vejo a luz do outro lado e a minha felicidade é por demais evidente.

Agora não me recordo bem de como era a sequência do sonho, mas pelo facto de terem sido mencionados locais e horas do dia diversificadas, essa sequência pouco importa.

O pessoal que entra nos meus sonhos parece não falar noutra coisa, senão em russos e em radioactividade. Melhor dizendo: em certo russo. Desta vez era uma menina que se queixava a um médico que lhe contou o que se passava …nos Hospitais da Universidade de Coimbra com aquele russo. Curiosamente a cena passava-se num dos corredores do liceu de Anadia. Agora é que me estou a lembrar que o túnel ficava aí.

Agora a cena passa-se, sem dúvida, na sala onde temos Holandês. Na Faculdade de Letras, portanto. A professora deu-nos uns recortes de jornal que estavam todos rasgados, esburacados, feitos em mil bocadinhos e escritos. Uns até tinham anúncios de emprego. Eu não percebia nada daqueles anúncios. Tentei juntar os pedaços do jornal para poder ler, mas sem êxito.

Havia dois alunos (ou mais) que mal conhecíamos. Adivinhem quem era um deles? O nosso amigo. Ia ser lindo, ia esse artista aprender Holandês com alunos portugueses. Eu até duvido que ele fale Inglês. Seria uma das coisas de que me iria rir quando acordasse. O aluno que eu procurava chamava-se Paulo Teixeira. De facto existe lá um Paulo, mas penso que não é Teixeira e também estava dentro da sala de aula. De referir que era a última aula antes das férias e que precisávamos dos contactos. Foi então que eu pedi o livro de ponto emprestado à professora. Havia muitos nomes que eu não percebia que tinham sido acrescentados à lista inicial. Os daqueles dois alunos do Leste eram desses nomes que eu não percebia. Só percebia os números.

Até nos sonhos sou desorganizada a arrumar as coisas depois das aulas! Penso que foi algo muito fiel ao que se passa na realidade. Tinha pressa para apanhar um autocarro e guardei o livro de ponto junto com as minhas coisas.

Curiosamente, parecia ser de manhã. Encontrava-me na paragem do autocarro sob um belo dia de Sol. Ouvia música holandesa cada vez a aproximar-se mais e ia folheando o livro de ponto para tentar novamente ler o que lá estava. Consegui ler um nome que era qualquer coisa como Steen (escrito assim mesmo) Van Duuren (conheço um Aloys que é da equipa do Frank Kwanten, penso eu).

Uma rapariga que costuma treinar no Estádio veio ter comigo para eu lhe dar o livro de ponto, imagine-se que tinha sido a mãe que a tinha mandado. Essa foi boa! Eu conheço a mãe dela. É bem portuguesa e costuma estar sempre a torcer pela filha quando ela está em pista.

O cenário ainda é a sala onde temos Holandês, mas agora é a minha turma da ACAPO que entra em cena. Ainda os indícios de radioactividade e…aquele russo. Os meus colegas que são dos arredores de Aveiro foram almoçar em casa de um outro colega meu. Que ideia! Parece que foi ele que fez a comida. Tal repasto causou um certo…como é que eu hei-de dizer? Uma valente dor de barriga a quem o provou.

Com a típica frase do meu colega (“a minha vida é um romance”, repetida vezes sem conta) o meu colega foi contando que estava mortinho por chegar a casa no dia daquele almoço e o comboio tinha sido mandado parar. Para agravar as coisas, todos os passageiros tiveram de sair. Um óptimo romance para quem precisa frequentemente de ir à casa de banho. O motivo da paragem do comboio foi…a radioactividade.

Encontro-me a subir e a descer a rua numa noite fria como aquela que estava ontem. Reparo em tudo, mas não sei a razão porque vagueio de um lado para o outro. É hora do Telejornal e todas as televisões que eu ouço falam da mesma coisa: radioactividade.

Ouve-se o testemunho de um brasileiro (colega daquele russo, alegadamente internado em Coimbra). Sendo um caso que abala também a comunidade desportiva, ainda mais em altura do Natal, as pessoas ouvem e comentam as notícias. Eu paro um pouco e murmuro já perto de minha casa:
-“Eu não disse que um dia aquele jogador iria ser famoso!”
No entanto lamentava o facto que levou a essa fama.

Era agora intervalo da manhã. Um colega meu pediu um copo de leite de uma maneira que eu gozei com ele. Parece que ele tinha uma exigência difícil de concretizar: queria leite de cabra e ali não havia.

A conversa ganhou um novo sentido naquela altura. Não sei a que propósito a funcionária do bar disse que o imóvel da ACAPO estava à venda por…200 euros! Logo me ofereci para o comprar, mas a professora de Bralle chegou-se à frente e gerou-se ali uma saudável discussão. Eu perguntei-lhe para que é que ela queria comprar outra casa se ela já tinha uma em Coimbra. A tesoureira (curiosamente quando me encontro justamente a escrever esta parte do texto acaba de entrar aqui a perguntar o que é que eu estou a fazer) também entrou na conversa e disse que o edifício dava para adaptar numa bela casa de habitação.

Perguntaram à empregada porque é que ela não comprava também a casa e ela disse que já morava em Celas, perto de onde vive um colega meu. Na verdade esse colega não vive lá.

Foi nessa fase que o despertador tocou. Ri-me com aquela história de comprar a ACAPO. E depois como é que era se a água entrasse de madrugada quando uma pessoa estivesse descansadinha a dormir? Se calhar era por esse facto que ofereciam tão pouco.

Em mente tinha a ideia de escrever este texto no próprio dia. O texto por completo não porque o dia ainda mal começava, mas o sonho tinha de descrever para nada escapar. Tive algum tempo livre e foi isso que fiz.

Estava imenso frio. Escusado será escrever isto mas...Para aquecer, começaram-me a chatear. Imagine-se, querem que eu vá para o coro de saia ou de vestido. Olha! Eu que detesto e não uso mesmo esse tipo de coisas. Para mim só calças e mesmo assim têm de ser de ganga ou de treino. Saias e vestidos tornam-me desconfortável. Detesto! Já estou arrependida de ir cantar. Se soubesse que era para isso tinha preferido não alinhar e até estou arrependida em ter preferido ir à festa em vez de ir às provas. Ao menos não me sujeitava a uma coisa dessas. Certamente que não andaria de saia nem de vestido. E esta gente só me chateia. Já me estou a passar! Se eu não tenho um vestido, vou fazer um de encomenda é? Que seca! Mas para que é que eu me meti nisto?!!!

Já anda tudo passado. Não sou a única. O pessoal anda com medo de as coisas correrem mal. Devíamos ter tido um ensaio no local do espectáculo. Também ainda não sabemos com que tipo de apoio e de equipamentos contamos...Faltam só dois dias para a festa.

Um amigo meu apareceu na ACAPO e assistiu aos nossos ensaios. Como ele também é músico, comentou as nossas tropelias. Desafinámos e enganámo-nos por várias vezes. Curiosamente os homens estavam a portar-se pior do que as mulheres. Era demais!

Houve uma razão para passarmos os ensaios para a parte da manhã. Iríamos assistir da parte da tarde a uma conferência sobre uma nova tecnologia ao dispor dos cidadãos com necessidades especiais: o formato Daisy. Dizem os clientes habituais de livros digitais que este formato nada de novo vem trazer ao mundo das acessibilidades. O facto de ser muito dispendioso também não abona em nada a seu favor.

Já há muito que não via tantos amigos meus juntos. Estava a ser agradável essa experiência. Estava feliz por esse facto.

Regressei aos treinos naquela tarde depois de me ter baldado na sessão da terça-feira anterior. O meu colega acompanhou-me. Por esse facto o treino consistiu apenas em meia hora de corrida contínua e alongamentos. Uma agradável hora de treino antes das emoções do Futebol da Taça UEFA. Conseguiria o Braga seguir em frente na prova?

Os arsenalistas recebiam em casa os suíços do Grashoppers. Os repórteres da Antena 1 referiram-se a um jogador que conhecia bem o Futebol Português: Washington que alinhou no Penafiel. Sempre atenta, eu consegui descobrir outro jogador que já alinhou numa equipa portuguesa: Sreto Ristic. Este jogador alinhou no Campomaiorense proveniente do Estugarda. A sua passagem pelo clube alentejano foi fugaz. Se não me falha a memória, isso ocorreu em 2000. Foi na época em que José Mourinho treinou o Glorioso! Eu também tinha dúvidas se o jogador era realmente aquele. Ristic’s existem muitos. Houve outro atleta com o mesmo apelido que alinhou também no Tirsense. Mas o que jogou contra o Braga é, de facto, o mesmo que jogou no Campomaiorense. Fui confirmar. Pela fotografia também reconheci o jogador que pouco ou nada mudou.

O Braga seguiu em frente na Taça UEFA ao vencer a turma do Ristic por 2-0. João Pinto fez um jogo a lembrar os seus tempos áureos.

E chega por este texto que já vai longo. Amanhã há mais.

Situação do dia:
Deslocámo-nos para assistir a uma conferência sobre o formato Daisy. Se o objectivo era sensibilizar a população deficiente visual para a utilização deste formato, as contas saíram furadas. Foi fácil perceber que os computadores nem sempre se dão bem com este novo tipo de ficheiros. Foram inúmeras as vezes em que eles bloquearam ou adquiriram comportamentos estranhos.

Bacorada do dia:
“É desta que o Freds mexe uma orelha.” (Por incrível que pareça, ele estava-se a referir a Verdi- compositor da obra que vamos adaptar para a nossa música de Natal. A causa de Verdi se mexer no túmulo, em parte, até estava a ser provocada pelo autor da bacorada. Trocando-lhe o nome, não admira que o compositor italiano lhe venha puxar os pés.)

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