Saturday, April 14, 2007

Alguém me empresta um vestido?

E teimam, exigem, ordenam...chateiam e continuam a chatear. Querem que eu vá para o coro de saia ou de vestido. Se eu for, vou com uns corsários por baixo que eles até se consolam. Eu sou assim! Estou passada com isto!

E ainda me chateiam mais! Só agora é que dizem também? Mas pensam que eu tenho dessas peças de vestuário? Quem é que pensam que eu sou?!!! Ora essa! Vou ao Dolce Vita roubar uma saia ou um vestido, se calhar! E se eu não arranjar um? Ai era bem feita!

Ninguém tem uma saia ou um vestido à minha medida. Ou são grandes, ou são pequenos demais. Que tamanho de vestido é que eu visto? Isso lá é pergunta que se faça a mim? Há mais de vinte anos que não visto dessa roupa! E continuaria mais outros vinte sem que esse tipo de roupa me entrasse no corpo.

Falta pouco para a festa. É o outro sem umas calças pretas e eu sem um vestido ou uma saia. Em Ílhavo vão ver se há alguma coisa que me sirva. E se não encontram? Vai ser demais!

Contrariada, vou perguntar à minha senhoria se ela tem por lá alguma coisa que remedeie. Se me vierem chatear, eu digo que foi o que eu consegui arranjar. Por acaso ela tinha lá um vestido que eu estive para rejeitar. É um vestido de trazer mais por casa, mas é o mais que eu posso fazer. Se não gostarem...comem menos. Eu levo umas calças de treino arregaçadas. Melhor...até levo uns corsários, bermudas ou lá como é que se chama. Está feito!

As condições climatéricas pouco diferiam dos dias anteriores. Não chovia e o Sol brilhava, acompanhado de muito frio.

Depois de mais uma reunião, os responsáveis chagaram à conclusão de que será melhor darem-nos férias na semana a seguir ao Natal. Afinal das contas, não vimos para aqui fazer mais nada. Ainda por cima, decorrem avaliações. Uma boa notícia! Uns merecidos dias de descanso antes do estágio e Deus queira que haja estágio.

Com tudo isto, a festa de despedida passa para o dia 22. Não há-de haver crise. Tudo o que se tem a fazer, faz-se na mesma. Partimos, no entanto, sem saber o que nos espera a partir de Janeiro. Isso é que nos assusta.

A manhã foi passada na sala de multimédia, se bem me lembro. Foi lá que nos vieram dar a notícia das férias inesperadas.

No Desporto, houve sorteio para as competições europeias. Benfica, Porto e Braga conheceram os adversários que irão defrontar no próximo ano. Começando pelo jogo grande, o Porto vai defrontar para a Liga dos Campeões, nada mais, nada menos que o Chelsea de José Mourinho. Que jogaço! Para a Taça UEFA, o Glorioso até teve sorte
, Digo eu. No caminho do Benfica está o Dínamo de Bucareste da Roménia que está longe de ser um colosso do Futebol Europeu. Já o Parma que calhou em sorte ao Braga já foi uma equipa respeitada na Europa do Futebol, mas a equipa de Fernando Couto está a atravessar momentos difíceis. Para Fevereiro ou Março se verá!


Mas o dia foi definitivamente marcado pelos últimos preparativos para a festa de Natal. Deram-se os acabamentos finais dos fatos, experimentou-se a indumentária que se ia levar e decorreu o ensaio final. O coro sofreu uma alteração. A nossa professora de Braille que até canta bem substituiu a assistente social que ficou sem voz durante a semana.

Vamos ver se tudo corre bem. Que ninguém desafine, que ninguém se engane e que ninguém tropece ao dançar a Zorba.

Ao final da tarde houve um treino. O apronto consistiu em vinte minutos de corrida rápida e seis rectas. Isto para além dos indispensáveis e extremamente importantes alongamentos.

Já em casa, perguntei à minha senhoria se ela tinha um vestido por lá. Os que lá havia não eram grande espingarda, mas era o que eu deveria usar caso não arranjassem mais nada em Ílhavo.

O final da noite foi passado a ler um artigo sobre o “Gato Fedorento” e a ver uma reportagem que deu na televisão sobre Herodes. Era mesmo mau, ganancioso, com a mania das grandezas…ele fazia coisas que…meu Deus! Talvez o ditador mais antigo do Mundo.

O dia seguinte iria ser de emoções fortes. Conseguiria eu arranjar um vestido ou uma saia? Haveria bronca na Festa?

Situação do dia:
A tarde foi dedicada a experimentar os fatos e a dar os últimos retoques na indumentária da Zorba. Eu vou de homem e por isso me livrei de fazer aqueles braços vermelhos para as roupas. Ainda bem! Eu passava-me de cada vez que rasgavam aquele tecido vermelho. Estava em pele de galinha. Nem imaginam a impressão que aquilo me causava. A táctica foi ir buscar o meu leitor de mp3 e colocá-lo no máximo de cada vez que o tecido era rasgado. Mesmo assim não resultava. Estava-me mesmo a dar uma coisinha má. Aquilo era uma tortura. Era insuportável!

Bacorada do dia:
“Dêem um documento a este ficheiro.” (Ordens são ordens, mesmo que não se perceba patavina do que seja para fazer.)


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