Sunday, October 08, 2006

Teste para o Guinness

Quatro horas!!!!!!! Não é brincadeira. Antes fosse. Nem no Ensino Superior fiz um teste que demorasse tanto tempo e com tamanho rigor.

Senhores responsáveis pelo Livro dos Recordes, se tiverem oportunidade de ler este texto, façam o favor de mencionar que se fez em Portugal, mais precisamente na cidade de Coimbra, no dia 31 de Julho de 2006 um teste de Português que demorou quatro horas.

Não se esqueçam de frisar que o teste em questão foi feito por cidadãos portadores de deficiência visual, no último dia de aulas e, (por incrível que pareça) não iria contribuir para a nota final dos formandos, visto que esta já há muito que estava decidida através de parâmetros que não podem de modo algum agradar a todos.

O suplício começou mal pusemos os pés na sala de aulas. Entrámos para lá como quem entra para uma verdadeira sala de tortura. A vontade de fazer aquele teste naquele dia era pouca ou nenhuma. E o nosso almoço que tinha ficado marcado para esse mesmo dia? E nós que fizemos tantos planos e tivemos de estar ali a fazer aquele interminável teste.

A explicação para um teste tão longo teve também a ver com a falta de enunciados em Braille. E que culpa temos nós que isso não tenha vindo de Lisboa?

No "intervalo" daquele teste sem fim houve o nosso almoço que já estava marcado há algumas semanas para assinalar a chegada das merecidas férias. Mal sabíamos nós que aquele dia seria o mais difícil de passar de todos os longos meses que tivemos de aulas.

Apesar do clima pesado que se fazia sentir, sempre houve momentos de profunda animação durante o almoço. O momento alto foi o brinde à nossa psicóloga que anda pelas Arábias.

Tivemos de voltar para a sala de aulas. Agora a tarefa era mais do meu agrado. Tínhamos de fazer uma composição que consistia em convencer alguém que vivesse em Inglaterra a vir passar uns dias à nossa terra.

Saímos do teste. Finalmente! Mas nem se pense que íamos ter sossego. É que havia gente a precisar de férias. E era com urgência! Os ânimos andaram ali um pouco exaltados. A essa pessoa que andava pelo corredor bastante nervosa tenho a desejar umas santas férias numa praia paradisíaca para em Setembro vir de cabeça fresca para as aulas. É que assim não dá!

O dia terminou com a festa de aniversário de um funcionário que nos ofereceu bolo e champanhe. Depois de tudo o que passámos naquele dia merecíamos.

Quando cheguei a casa estava de rastos. O cansaço era muito e as dores de cabeça também. O que vale é que no dia seguinte não teria hora para acordar. Afinal estava de férias.

Situação do dia:
Comecei logo de manhã a entrar em stress. Assim que cheguei à paragem constatei que me faltava algo de dentro dos bolsos. Tinha deixado as chaves em casa. E agora? De início pensei que as tinha perdido e fiquei com os nervos em franja. Depois liguei para casa e disseram-me que elas tinham ficado na porta do escritório. Fiquei mais descansada, apesar de não poder entrar em casa para apanhar algumas coisas que se podiam estragar. E de quem foi a culpa disto? Do gato Mong que podia ficar trancado no escritório.

Bacorada do dia:
"Para sinalar..." (isto seria um neologismo.)

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