Levantei-me bem cedo. Tinha de pôr os pés ao caminho. Havia muito para andar de mochila e guarda-sol às costas. Não estava frio, mas uma neblina fazia-se sentir. O orvalho da manhã batia-me intensamente no rosto e fazia-me pensar que estava a chover.
Não sabia a que horas era a camioneta para Mira, daí ter ido bastante cedo para baixo. Quando cheguei à paragem reparei que trazia os pés cheios de bolhas de ter caminhado largos quilómetros em chinelos. Afinal a camioneta era só às oito e meia.
Dentro da camioneta tocava a música “Advertising Space” do Robbie Williams que é, por sinal, a minha favorita do cantor britânico. Duas mulheres falavam de miúdos que tinham morrido de acidente nos últimos dias. Um deles até ia a enterrar naquela tarde. Que rica conversa para se começar o dia!
A viagem começou e eu ia aproveitando o tempo a dormir. As pessoas iam entrando e iam comentando que o tempo talvez não estivesse bom para a praia. Que nem a brincar dissessem tal coisa!
Cheguei a Mira e fui logo directa à beira-mar. A areia estava húmida e parecia estar algum frio. Aproximei-me do mar ainda vestida para molhar os pés e ver se a água estava óptima para tomar o primeiro banho de 2006. Apesar de o tempo estar cinzento e de estar algum frio, a água estava uma maravilha. Pousei as coisas, tirei a camisola e toca de me banhar no mar cinza de Mira.
Quando se saía da água é que o frio se fazia sentir. Voltei-me a agasalhar e dormi um sono até à hora de almoçar.
Fui praia acima até me cansar. Da parte da tarde mudo sempre de lugar e fico à entrada da praia. Que bom! O Sol estava a começar a abrir e vinha lá uma bela tarde de praia.
Depois de comer e de me proteger do Sol, peguei num pequeno livrinho antigo e comecei a ler. Demorei duas ou três horas. Finda a leitura, deitei-me ao Sol para trabalhar para o bronze. Voltei a adormecer.
Eram mais de cinco da tarde quando acordei. Daí a nada terminava aquele primeiro dia de praia.
Arrumei as coisas e fui para a paragem para apanhar a camioneta de volta para casa. Depois teria de andar mais uma hora a pé. É assim a vida!
À medida que caminhava, o tempo ia ficando mais escuro. Estava a anoitecer e eu tinha de me despachar. Maldita hora em que vim de chinelos! Se viesse de sapatilhas andava mais depressa e não massacrava tanto os pés.
Cheguei a casa com os pés feitos num oito. Fui tomar um banho rápido enquanto não começava “A Herança”. Tomaria eu ir descansar que me fartei de andar a pé. É assim! Se eu quero praia tenho de me sujeitar a andar bem.
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