Friday, November 02, 2012

Véspera da partida

Dormi extremamente bem nesta noite, por isso só me recordo dos sonhos que tive imediatamente antes de acordar.

Era Verão no meu sonho. As idas à praia povoavam o quotidiano das pessoas que me eram mais próximas. Também era o Domingo da festa lá na aldeia e a véspera dos filhos do meu vizinho partirem juntamente com a mãe para o Luxemburgo.

Na televisão dava um programa de captação de novos talentos musicais e a seguir daria um outro programa que eu não quereria perder. Por essa razão, não iria ao arraial.

Os filhos do meu vizinho esperaram o regresso da avó que tinha ido até Mira na camioneta e estava prestes a chegar. Estava a anoitecer e nós preparávamos algo para todos comermos.

As gatas foram postas na rua. A noite já tinha caído completamente nessa altura mas estava luar. Dava para ver a rua perfeitamente. Teka havia saído pela porta da sala junto ao meu quarto. Ouvindo movimento, corri para recuperar a gata novamente para dentro mas ela já tinha atravessado a estrada na direcção da vinha.

Estava desesperada. Não poderia mandar parar um carro, caso ela resolvesse atravessar, porque estava do lado de dentro da eira e o pequeno portão estava fechado à chave. Ela atravessou e só não foi atropelada por mero acaso.

Veio uma sucessão de carros que me estava a meter nervos. Teka aguardava voltar a atravessar de novo na berma da estrada do lado da eira. Estiquei a mão pela grade e apanhei-a. Ela não queria vir para dentro mas teve que ser.

Estava toda a gente à mesa da sala a comer as sobras do almoço. Era intenso, o movimento na rua. A minha vizinha afirmou que tinha medo de ir para casa com todo este movimento.

À mesa falava-se da partida dos filhos do nosso vizinho para o Luxemburgo. Toda a gente ficou calada e pensativa pelo facto de estarmos longo tempo sem os ver. Anos, até. Quando regressassem, não iriam sequer falar Português e não conheceriam ninguém.

Enquanto conjecturava na vida dali em diante, mastigava lentamente uma sandes de leitão. O despertador tocou. Admirei-me de não me lembrar de ter acordado uma única vez durante toda a noite.

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