Tuesday, November 02, 2010

Vou-me casar



Ao lerem o título disto, muitos dos meus amigos, inimigos, conhecidos, familiares, simpatizantes…já terão morrido de susto. Muitos terão ido buscar o comprimido para colocar debaixo d língua, outros ainda estão por esta altura a questionar o estado em que se encontra a minha sanidade mental.

Toda a gente sabe que eu sou alérgica ao casamento. Mesmo que me apaixone por alguém, serei incapaz de casar. Pessoas com o meu feitiozinho especial jamais pensarão em casar. Não vai dar certo de maneira nenhuma.

Eu sou uma pessoa que gosta de chegar à noite do trabalho, cansada que nem um cão, e fazer o que me apetece. Gosto imenso de estar sozinha no quarto, que outras pessoas aturei eu durante o dia com fartura. Que bom é estar a reflectir, a ler, a escrever, a ver televisão, a ouvir música sem que ninguém incomode. Já basta a liberdade de que sou privada diariamente. Chegar ao fim do dia e me sentir livre para fazer o que bem me apetece é o prazer supremo a que uma pessoa pode chegar. Para quê casar e substituir esses belos momentos de descontracção e de algum trabalho intelectual por uma monótona e pouco confortável vida a dois?

E partilhar o quarto? Eu odeio isso. Gosto tanto de estar sozinha….Aturar o parceiro a ressonar não é nada agradável. Se já uma pessoa a dormir sozinha acorda de noite ao mínimo barulho, então com o parceiro a roncar mais que um barco a vapor não vai dormir absolutamente nada.

Bom, agora cidadãos como eu que abominam a vida a dois podem finalmente usufruir do direito de ter o seu casamento como toda a gente. O precedente foi aberto por uma jovem tailandesa que não encontrava noivo. Isso não foi obstáculo, a asiática subirá ao altar sozinha e casará consigo própria. Ah valente! Acabou de dar um passo importante para resolver o problema das pessoas que desejam casar mas não têm feitio para isso ou então não encontram a pessoa ideal com quem partilhar a sua vida.

E eu fazer o mesmo. Sempre desejei viajar para um local paradisíaco. Normalmente essa oportunidade surge com a lua de mel. Depois ainda havia discussões sobre o destino a escolher. Assim vou para onde quero e está feito. Ali a gozar umas férias sem ninguém a chatear-me. Que bom!

Os presentes de casamento seriam todos para mim, obviamente. Nos divórcios é sempre uma chatice dividir os presentes de casamento e o dinheiro. Ora aí está mais um dos bons motivos por que se deve casar sozinho.

E por falar em divórcio, para quê haver divórcio num casamento deste género? A menos que a pessoa se farte de si própria. Ia ser giro!

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