Saturday, February 20, 2010

O cãozinho





De onde veio e como veio parar a nossa casa permanece um mistério, embora haja uma forte teoria.

Anda aqui pelas imediações uma cadela abandonada que já causou um avultado prejuízo ao ir às galinhas de uma vizinha.

Em Dezembro essa cadela deu á luz uns sete ou oito cãezinhos que a minha outra vizinha afirma agora ter enterrado. Deve-os ter enterrado muito mal, diga-se. Se ela enterrar os cães como enterraram os gatos há coisa de vinte anos…oh sim!

O que é certo é que na passada segunda-feira- um dia de puro Inverno- ele apareceu todo molhado e com frio. A minha mãe acendeu uma enorme fogueira e quando ele aqueceu logo começou a brincar.

Debaixo de chuva, a minha mãe correu o lugar inteiro a perguntar de quem era o cãozinho. Não era de ninguém.

Foi já pela noitinha que a minha mãe abordou a minha vizinha, a tal que tinha apanhado as crias da cadela e as tinha enterrado. Ela voltou a afirmar que os tinha enterrado todos mas tinha visto aquele de manhã com a cadela grande a presumível progenitora dele.

A minha mãe esteve para o devolver à rua mas estava uma noite de tempestade muito forte. A solução foi levar o cãozinho para um curral no pátio. Foi uma má solução, pois ele não parou de ganir e de ladrar. O nosso cão, ao ouvir o outro, também começava a ladrar e foi uma noite de sono perdida.

No dia seguinte era dia de Carnaval e por acaso apareceu em nossa casa uma prima nossa que vive no Luso. Assim que viu o cãozinho, logo o pediu á minha mãe que aceitou dar-lho de bom grado.

Ela é uma senhora que sofre de problemas psíquicos e o marido sofre imenso de doença cardíaca. Ter um cão em casa, ainda por cima como este, só vem ajudar a superar os problemas. Ela queria levá-lo já naquele dia mas a minha mãe não deixou. Talvez daqui a uma semana ou duas. Até lá, eu pelo menos, vou-me entretendo com as tropelias dele. Hoje até fiz uns vídeos com ele a brincar.

A minha vizinha desconfia que hajam mais cãezinhos no local onde ela guarda a lenha. A cadela deve-os ter resgatado, de certeza.

Agora este cãozinho estará por esta altura a dormir no quarto dos meus pais enroscado no tapete. Como é para dar à nossa prima, nunca mais voltou para o curral e as noites são mais sossegadas por aqui. Os dias é que são positivamente agitados.

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