Monday, February 22, 2010

“A Mancha Humana” (impressões pessoais)




Abro aqui um espaço no meu humilde blog para deixar as minhas impressões pessoais sobre os livros que vou lendo.

A leitura é um dos meus vícios e por isso leio muito. Normalmente aproveito as promoções de oferta de livros que surgem em revistas e jornais, quando tenho conhecimento prévio que vão haver essas iniciativas e quando tenho tempo e disponibilidade para os adquirir. Aqui na aldeia torna-se mais complicado adquirir livros, por isso aproveito quando vou á cidade.

Também compro alguns. Provavelmente é onde eu gasto mais dinheiro mas tal encargo vale sempre a pena porque ao lermos ficamos mais cultos, aprendemos sempre coisas novas e surpreendentes e, tendo também a paixão pela escrita, vamos aprendendo a escrever cada vez melhor.

Geralmente leio um pouco de tudo, até para abrir mais os horizontes culturais. O estilo de livros que eu mais aprecio são os livros policiais ou aqueles que envolvem muita acção, suspense, intensidade e em que existe algo de muito misterioso e cativante que nos prende à leitura. Sou capaz de ler um livro muito interessante com imensas páginas em poucos dias ou, pelo contrário, ando uma vida inteira para ler um livro pequeno com uma história pouco interessante, muita divagação ou grandes parágrafos a descrever seja o que for. Este último caso enquadra-se na primeira obra que aqui vou abordar.

“A Mancha Humana” é uma obra do escritor norte-americano Philip Roth que conta a história de um homem que é um professor universitário de sucesso mas vê a sua carreira académica ruir de um momento para o outro por ter sido mal interpretado por duas das suas alunas numa sala de aula. Segundo elas, o professor terá proferido um comentário racista. Ele que guardava consigo um segredo sobre a sua verdadeira raça. Afinal de contas, Coleman Silk- o protagonista da história- era, ele próprio, de raça negra mas escondeu de toda a gente para poder usufruir de todos os direitos que os cidadãos brancos tinham.

Silk enviuvou também por essa altura conturbada da sua vida mas tinha um caso amoroso com uma empregada de limpeza com quase metade da sua idade e que fora casada com um homem traumatizado da guerra do Vietname que depois viria a matar os dois, fazendo com que o carro em que seguiam saísse da estrada e fosse parar ao rio.

É sobre o desfecho desta personagem (Faunia Farley) que tenho a fazer a maior crítica. Depois da sua morte, o escritor descreve o encontro com o seu pai que estava acompanhado por uma mulher filipina. Havia um diário entre os pertences da vítima que ao longo da história foi descrita como sendo analfabeta. Alguma coisa ela escondia para se fazer passar por tal. Isso nunca se chegou a descobrir. Se foi uma maneira de prender o leitor, depois este ficou, tal como eu, um pouco decepcionado por dali não ter surgido nenhuma revelação.

Outro aspecto que tenho a salientar tem a ver, justamente, com aquilo que eu detesto ver num livro- longos parágrafos com divagações. Lidos a horas tardias e quando uma pessoa já está um pouco ensonada, aquelas longas pausas na história só atrapalham e chega-se a um ponto em que já não se sabe a que propósito veio aquilo. Também há repetições exaustivas dos mesmos factos, na minha opinião. Tudo isto fez com que eu demorasse mais tempo a ler este livro porque, de facto, não foi uma das minhas obras de eleição.

Resumindo: a história até está boa, bem enquadrada mas não foi bem explanada, sobretudo aquela parte final sobre a vida de Faunia Farley.

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