Saturday, February 13, 2010

“Ele não fala para mim!”

Ainda está por apurar a veracidade desta história, uma vez que a pessoa que a contou não carece de grande credibilidade aqui na aldeia.

Os acontecimentos remontam a Agosto de 2009, altura em que um senhor octogenário cá da terra faleceu. Era sabido que o referido senhor tinha muitas quezílias com a vizinhança, daí haver dúvidas também quanto à veracidade deste curioso episódio.

O indivíduo morreu em casa de morte natural mas só muito tarde, no dia seguinte, a maioria das pessoas veio a saber do seu falecimento. Se soubessem, imediatamente a casa se encheria de gente e, se assim fosse, não haverá esta história a roçar o anedotário para aqui contar.

Quando pela manhã o senhor da agência funerária chegou para remover o corpo da cama para o caixão, alguns familiares retiraram-se porque não queriam assistir à trasladação do corpo do ente querido. Por azar, o senhor da funerária havia sido operado a uma perna e não podia carregar o corpo. Só sobravam a viúva e essa pessoa que agora conta a história e que logo correu a chamar reforços entre a vizinhança.

A primeira porta onde bateu foi a de uma vizinha que também é familiar. Ao tomar conhecimento de que o seu vizinho tinha falecido e que era preciso ajuda para o acomodar no caixão, ela respondeu:
- “O que é que eu lá vou fazer?!!! Ele não fala para mim…”

Desesperada, a pessoa que conta agora esta história aos sete ventos pela aldeia atravessa a rua e vai pedir ajuda a outro vizinho que também responde:
- “Eu não vou lá ajudar. O falecido não fala para mim…”

Com tudo isto, e antes que corresse toda a aldeia até encontrar alguém com quem o defunto não tivesse estado zangado, recorreu à sua própria família e assim arranjou quem fosse ajudar nos preparativos fúnebres.

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