Este foi o livro do mês do nosso grupo de leitura.
Confesso que este tipo de livros não é muito a minha praia, são livros que não dão luta, não têm ação ou suspense.
A homossexualidade vem a pouco e pouco sendo tema na literatura, embora haja um longo caminho a percorrer nessa área. Sobretudo no que diz respeito á homossexualidade feminina ainda é muito o tabu.
Este livro mostra-nos o quão grande é o sofrimento de quem é diferente. Como tenho vindo a referir, a homossexualidade não é uma escolha. É algo que nasceu com o indivíduo e muitas pessoas sofrem ainda em silêncio, sacrificando a sua verdadeira felicidade com medo de serem abandonadas por uma sociedade pouco tolerante. Plenitude mental e sexual para essas pessoas não é completa. Existe sempre o vazio, o medo da descriminação e da solidão.
Neste caso, Caroline tem dúvidas ainda quanto à sua homossexualidade. Ela tanto se relaciona com homens, como com mulheres.
Sentindo-se deprimida e com pensamentos sombrios, ela recorre á ajuda de Ana. Ela apaixona-se por ela, tentando agradar-lhe. Sentindo-se constantemente rejeitada por aqueles a quem ama, Caroline teme agora perder a confiança de Ana que viu dois dos seus filhos morrerem tragicamente.
Para além dos dilemas de quem é diferente sem que disso tenha culpa, este livro também nos leva a ver o lado humano dos terapeutas que por vezes possuem dramas e problemas pessoais mais profundos do que alguns dos seus pacientes. Muitos são terapeutas porque algum dia precisaram de ajuda no passado e apaixonaram-se pela profissão. Quantas vezes encontramos por entre crianças que viveram longos internamentos quererem ser médicas ou enfermeiras?
Cada vez a sociedade está mais intolerante para quem é diferente. Já conhecemos melhores dias e, por mais que se apele à inclusão e não discriminação, surgem cada vez mais torrentes de ódio, especialmente através das redes sociais, condenando quem simplesmente cometeu o pecado de ter nascido diferente.
Um livro que dá que pensar.
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