Esta situação aconteceu ontem à tarde no 24T.
Eu e os meus amigos apanhámos esse autocarro para irmos para a nossa habitual atividade de teatro que acontece todas as sextas-feiras.
Quando entrei, já lá iam dois colegas meus e logo me advertiram que fazia muito calor dentro daquele autocarro. Eu, que estava há algum tempo á espera na paragem, tinha já os pés e as mãos frias. De início o calor até soube bem.
Nisto ouvi um colega meu lá atrás muito exaltado com o calor infernal que vigorava dentro do autocarro. Logo me apercebi que as minhas mãos já ferviam. Gracejei com a outra minha colega que ia à frente e que tinha estado algum tempo na Finlândia. Disse que era para matar saudades desses tempos de sauna. É que aquilo mais parecia uma.
Entretanto, à medida que a temperatura subia, o meu colega lá atrás ia ficando
cada vez mais irritado e cada vez protestava mais com o condutor. Ia a levar
com o calor todo.
O condutor deu-lhe razão. Aqueles autocarros vieram recentemente da Suécia, país frio, onde valia a pena os autocarros andarem assim a essas temperaturas no interior. O ar condicionado não dava para regular e o veículo não tinha janelas.
Aqueles autocarros já vinham com mais de um milhão e meio de quilómetros para as estradas conimbricenses. O meu colega resolveu então sair do autocarro e fazer o resto do percurso a pé, acompanhado pela sua assistente pessoal.
Nessa mesma paragem, havia outro desses veículos “novos” parado. O motorista logo insinuou que já tinha avariado. Mais duas das minhas colegas entraram na nossa viatura para não chegarem atrasadas e disseram que o autocarro não saía dali porque o condutor tinha ligado para o INEM por causa de uma senhora que se tinha sentido mal na via pública.
Apesar do curto trajeto, foram mais duas vozes a insurgir-se contra a verdadeira fornalha humana em que aquele autocarro estava transformado.
Quando descemos finalmente na paragem, soube muito bem voltar a respirar ar puro.
Resta dizer que esse nosso colega que saiu do autocarro foi fazer queixa á Câmara Municipal de Coimbra pela falta de manutenção desses veículos aparentemente “novos”.
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