Por vezes o meu subconsciente leva-me até um passado
longínquo. Talvez a seleção da época a que vou ser transportada seja aleatória.
Por vezes essa viagem é recheada de elementos de hoje mas com personagens
antigas.
Quando era miúda, a maioria dos gatos que tínhamos em casa era
de cor preta ou cinzenta. Um gato de outra cor já era um fenómeno. Tivemos um
gato amarelo mas todos os outros eram pretos.
À cabeça tínhamos a matriarca. Era uma gata toda preta e
chamávamos-lhe Bobocas.
Havia ainda uns gatos pretos. Alguns tinham uma marca branca
debaixo do pescoço. Foi com todos eles que sonhei.
Tinha regressado a casa ao fim de algum tempo. À minha
espera estavam esses gatos pretos de outrora. Eu estava admirada de eles ainda
serem vivos. Muito duravam tais gatos.
Vieram todos ter comigo e enroscar-se nas minhas pernas.
Estava feliz de os reencontrar. Feliz e admirada. A minha incredulidade era
muita.
Tentava perceber por onde tinham andado todos eles e que
idade já teria a Bobocas.
Se eu achava a Feijoa velha, a Bobocas tinha quase a idade
dela quando desapareceu. Isso já foi em 1994.
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