Sunday, July 30, 2006

Estatística seis anos depois

Realmente há coincidências bem curiosas!

Acordei a meio da madrugada. A televisão estava ligada e havia gritaria num filme que estava a passar naquele horário pouco apropriado. Ainda meia a dormir apressei-me a apagá-la.

Algumas horas depois tinha de me preparar para mais um dia. Reparei que estava bastante escuro. Estava mesmo na hora! Não me tinha enganado nem tinha sonhado que tinha ouvido o despertador! A escuridão devia-se ao estado do tempo que não era o mais apropriado para a época do ano em que nos encontrávamos. Chovia com alguma intensidade. Querem ver que vamos ter outra vez uma enxurrada na sala de aula? Era da maneira que não tínhamos as sempre temidas e dispensáveis aulas de Matemática. Mas essas aulas iriam entrar numa temática que me agradava.

Só de atravessar a rua molhei-me um pouco. A chuva estava brava! Fui ver as coisas do costume. A Rabobank continuava o seu périplo pelas estradas da Europa e com bons resultados. O pior são algumas quedas que comprometem o rendimento de alguns ciclistas. Disse que o Menchov tinha caído. O Erik Dekker também teve igual sorte.

Quem vem aí em força é o Óscar Freire. Não sei se ele vai ao Tour, mas já está a competir de novo ao mais alto nível.

Ainda da Rabobank chega a notícia de que o jovem Robert Gesink vai passar para a equipa principal. Ele que, por exemplo, foi o terceiro classificado da Volta ao Algarve deste ano.

Nas aulas também se prestava atenção ao que se passava lá fora com a chuva a cair. Os acontecimentos recentes a isso obrigavam (ver texto “E eu não disse que ia chover?”). Era frequente eu olhar para o chão. Falou-se de comida a certa altura. Eram pratos esquisitos que o pessoal andou a inventar para se ganhar (ou perder) apetite para o almoço.

Como a água não entrou na sala, tivemos aula de Matemática. Só que íamos iniciar com a Estatística. Que curioso! Eu já explico o que é que tem a Estatística. Recuemos seis anos no tempo. Nem mais um dia. 13 De Junho de 2000. Por acaso era terça-feira também. Para acabar o Bacharelato tinha de concluir a maldita cadeira de Matemática. Era mesmo isso que faltava para eu ir à minha vida. Tinha tido uma péssima nota na primeira frequência que era sobre equações e outras coisas que eu não percebo nada. A frequência do segundo semestre teria de estar divinal, coisa que não era fácil de conseguir por mim.

Nesse dia 13 de Junho havia um jogo entre a Eslovénia e a Jugoslávia. Ora o que é que eu fiz? Na véspera da frequência estive todo o dia e quase toda a note a fazer exercícios de Estatística. Objectos de estudo: jogadores dos Balcãs que participavam no Euro 2000. Se eu estudasse com algo que me prendesse a estudar, teria óptimos resultados. Cheguei à frequência e foi só trocar os dados. Lembrava-me bem da forma como tinha feito os exercícios. O jogo entre a Eslovénia e a Jugoslávia terminou empatado, mas eu fiquei a ganhar porque tirei uma nota que me permitiu terminar a cadeira folgadamente.

E íamos dar Estatística logo no dia em que fazia seis anos que eu cometi a proeza de fazer aquela memorável frequência. Essa foi boa!

Depois de me ter preparado, fui para o Pavilhão. A chuva era diluviana e, mesmo com guarda-chuva, apanhei uma molha até aos ossos. Tive de enxugar a roupa no corpo. Houve alturas em que senti os pés gelados. Estava a guardar a porta de entrada e ia observando a noite medonha que estava na cidade de Coimbra. Chovia copiosamente, fazia um vento desagradável e os relâmpagos que iluminavam a paisagem nocturna anunciavam uma noite de temporal. Apesar do mau tempo, estava a ser agradável para mim estar ali. A revolta da Natureza contrastava com o meu estado de espírito. Sentia-me bem, apesar da roupa estar colada ao corpo. Era estranho.

Outras pessoas estavam na rua sem se importarem com a tempestade. Conversava-se, faziam-se planos para os dias que aí vinham e que prometiam também agitar, tal como a trovoada naquela noite.

A viagem para casa foi feita à luz arroxeada dos relâmpagos e ao ribombar longínquo dos trovões. Apressei-me. Não me estava a apetecer apanhar outra chuvada.

Situação do dia:
Dando uma volta pelas provas de Ciclismo que se foram fazendo na Holanda ao longo destes dias, descobri uma forma curiosa de algumas equipas...Se é que se pode chamar “equipa” a algo deste género. Quem vê esta lista de participantes na prova ao longe pensa que isto é um equipa a quem faltam elementos mas, na verdade, a “equipa” apenas era constituída por dois ciclistas. Os nomes eram duplicados para parecerem muitos. Podiam era repeti-los mais duas vezes para dar a ideia que era uma “equipa” completa. Já agora: quantos elementos estavam autorizados a alinhar por “equipa”? É que cada uma alinha com o número de elementos que bem lhe apetece. Outra coisa: por onde andará o nosso amigo Frank? É que a equipa dele alinhou apenas com seis ciclistas e eu já não o vejo há muito numa prova.

Bacorada do dia:
“Vamos dar as medidas de tendência central? Média, Moda, Mediana, Quadris...” (já que se falou em moda, falar em quadris não era completamente descabido.)

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