Sunday, July 09, 2006

Dia triste e complicado



Não me enganei! Apesar de o dia ter nascido com Sol brilhante e Céu bastante azul, o clima já vinha conturbado da véspera.

Há coisas que nos fazem pensar que o Mundo se transformou perigosamente em algo que nos tornou seres sem sentimentos e sem compreensão pelos problemas dos outros. Os aspectos económicos sobrepuseram-se aos valores humanos e fizeram com que valores fundamentais com a Saúde, a Justiça e a Dignidade fossem ignorados.

Quando se lida com seres com fragilidades há que ter um certo cuidado e não equiparar esses seres a outros que não sabem o que é viver com dificuldades a nível da Saúde, essencialmente. Estas leis são um verdadeiro atentado á dignidade das pessoas que vivem os seus dias carregando um fardo enorme: o de terem um problema de Saúde crónico.

Todo o dia foi marcado por esse assunto- como era de esperar- e não havia conversa nenhuma que não fosse dar ao mesmo. Quando eu saí para almoçar havia uma animação para os lados do Dolce Vita. Havia música que estava bem alta e uma movimentação anormal. Pensei que fosse algo organizado pelos alunos da ESEC, nas não era.

Cheguei às aulas e fiquei a saber que era ali a meta de uma prova de Ciclismo. Gostaria imenso de ir até lá, mas não se pode faltar a aulas. Ainda mais numa altura como esta. Tenho um amigo na Duja – Tavira. Gostaria imenso de me encontrar com ele, mas seria complicado naquele dia isso acontecer. Ao contrário do que eu na altura pensei, não iria esperar muito tempo para ter outra oportunidade de estar com ele.

Devido a essa prova, o trânsito estava bastante condicionado em Coimbra. Era sexta-feira e havia que ir passar o fim-de –semana a casa. Fomos todos de carrinha até aos locais onde cada um iria apanhar o respectivo transporte. Levei a minha amiga à paragem e estivemos a conversar até que o autocarro dela viesse.

Depois de um fim-de-semana passado em Coimbra e de uma semana complicada, estava ansiosa por chegar a casa. Só que as coisas por lá também não estavam melhores.

Assim que cheguei, encontrei o gato Mong sozinho sentado num banco. A minha mãe apareceu alguns minutos depois com uma péssima notícia: o gato Max (foto) tinha morrido nessa manhã depois de uma semana de extrema agonia e o gato Slava andava desaparecido. Curiosamente, poucas semanas antes havia sonhado que tinha chegado a casa e a minha mãe dava-me exactamente essas mesmas notícias. Acordei aflita e preocupada. Mas porque é que esses sonhos se realizam e os bons não?

A minha irmã já me tinha telefonado e tinha dito que o Max andava rouco ou doente. Conta a minha mãe que ele apareceu junto aos vasos das flores na rua com ar estranho. A partir desse dia e durante alguns dias a minha mãe não o viu. Ele não costumava desaparecer assim. Não era com o Ju que era capaz de andar uma semana desaparecido. A minha mãe estranhou a ausência e encetou uma busca ao sobrado a ver se ele lá estava. O Ju fora encontrado naquele local em condições miseráveis. Encontrou-o já sem hipóteses de sobreviver. Estava tão fraco e tão miserável que a cada dia que passava a minha mãe desejava encontrá-lo morto.

Ao que parece, ele aparentava ter sido envenenado com veneno para os ratos ou com ratos que ingeriram o veneno. A minha mãe pensou que ele tinha sido atropelado, mas se tivesse sido esse o caso, não morria assim tão lentamente.
Durante aqueles dias em que Max agonizava no curral para onde costumam ir os gatos doentes, Slava esteve sempre do lado de fora da rede a fazer-lhe companhia. Eles eram inseparáveis. Max morreu pela madrugada do dia 2 de Junho de 2006. Slava terá sido o primeiro a saber e desapareceu ao longo daquele dia.

Como o gato não aparecia, a minha mãe chegou a colocar a hipótese de terem envenenado comida com um pesticida que vai corroendo por dentro e mata muito lentamente. No dia seguinte iria procurá-lo por toda a parte.

Bacorada do dia:
“Ainda ontem há bocado vi o gato.” (Quando???!!!!)

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