Monday, June 19, 2006

Há um ano atrás



O dia 24 de Maio de 2005 foi um dia que jamais vou esquecer. Pode ter sido o dia mais horrível da minha existência, mas também me alertou para dar mais valor a certas coisas da vida e para a viver enquanto tiver oportunidade e condições para isso.

Há um ano atrás o Inferno em que se transformou a minha vida devido ao glaucoma parecia não ter fim. Contra a minha vontade tive de ser operada sob pena de perder a visão por completo. A operação foi realizada no dia 17. Uma semana depois a pressão ocular subiu de repente e de tal maneira que tive de recorrer ás urgências com dores horríveis no olho. Só de as estar aqui a descrever já estou a ficar arrepiada. Só de me lembrar o pesadelo que foi esse dia...

A tensão ocular não parava de subir e, para além das dores, também estava cheia de medo do que iria acontecer dali para a frente. Pensei em tanta coisa naquele dia que nem sei onde fui buscar algumas. Concluí que pouco tinha aproveitado da vida. Agora que podia perder a visão arrependia-me de não ter ido mais além. Essa reflexão agora serve-me para ganhar coragem para não ter medo de ser feliz.

Eu pensei que o pesadelo ia acabar quando os medicamentos me tirassem as dores mas enganei-me. As dores desapareceram, mas em seu lugar surgiu uma valente indisposição provocada pela reacção alérgica ao medicamento e que me levou a passar a noite acompanhada com uma garrafa de soro.

No dia seguinte fiz questão de dizer aos médicos que não queria mais voltar a ser operada. A solução foi fazerem-me laser e até hoje não tive mais problemas. Só as pessoas que sofrem de glaucoma é que fazem ideia das dores infernais que esta doença provoca.

Bacorada do dia:
“O meu problema apareceu no último ano de gravidez.” (pelo menos dois anos andou a mãe dele grávida, o que é um fenómeno e, claro, teve de dar problemas.)

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