Perder um ente querido é uma das experiências humanas mais universais. Mais cedo ou mais tarde, todos nós passamos por estes dolorosos acontecimentos que fazem parte da nossa passagem terrena.
Esta autora nigeriana fala da sua experiência de ter perdido o seu pai quase de um dia para o outro, ainda por cima numa altura em que o mundo vivia a fase de confinamento e as famílias se reuniam através de aplicações como o Zoom. É isto que faz com que a autora deste pequeno ensaio sofra mais com a falta do seu pai que já tinha uma idade avançada, por isso seria expetável aceitar a sua morte de uma forma mais tranquila, apesar de ser difícil. Por mais que a Morte seja um facto natural na vida de todos, nunca ninguém está preparado para a enfrentar, apenas quando ela surge impiedosamente. Choramos pessoas idosas que já viveram a sua vida, choramos doentes terminais, os mesmos que vemos sofrer e quase imploramos que tal sofrimento seja breve…
O luto é experienciado por todos de diferentes maneiras. As próprias circunstâncias da morte levam a que o luto seja encarado de diferentes maneiras. Também a cultura e a religião podem influenciar a abordagem á morte. Neste caso concreto, esta senhora não se despediu do seu pai. Não lhe teve oportunidade de dar um último abraço. Isso acabou por doer mais.
Isto aconteceu com muita gente que nem um último adeus pôde dar ao seu ente querido em virtude da pandemia. Pessoas que morreram de covid19 não tiveram os funerais que mereciam. Foi também este o caso do pai desta escritora nigeriana que de longe vivia na ansiedade de proporcionar um enterro digno ao seu pai que jazia numa casa mortuária á espera que o aeroporto abrisse.
Cada pessoa com as suas dores e vivendo o luto á sua maneira.
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