Stephen King traz-nos agora uma obra que, em sentido figurado, demonstra o quanto os escritores estão, de certa forma, reféns dos seus leitores. O autor constrói uma imagem para o seu público e, se acaso ousa escrever algo diferente, os seus fãs podem não aceitar da melhor forma.
O brilhantismo de Stephen King criou uma impressionante trama em que reproduz de forma literal esta situação.
Paul era um escritor de sucesso, especialmente com os livros tendo como protagonista Misery. Ele entende que deve concluir a história da sua personagem que lhe deu tanto sucesso e então “mata-a” durante o parto do seu filho. Depois deste último livro, ele escreve algo completamente diferente. Seria uma viragem na sua vida de escritor.
Paul conduz durante uma tempestade de neve e tem um acidente. O seu carro fica soterrado na neve e ele sofre lesões nos membros inferiores. Então uma mulher completamente louca, que afirma ser sua fã número um leva-o para casa. Como ela foi uma enfermeira com um passado duvidoso e escabroso, ela resolve tratar paul em casa com remédios proibidos que vai subtraindo dos hospitais. Paul acaba por ficar viciado nessas drogas e é assim que a antiga enfermeira exerce mais controlo sobre ele.
Annie quer uma só coisa- que ele continue a escrever sobre Misery. Nem que seja só para ela. Mesmo que o preço a pagar seja muito alto.
Vendo que a mulher é uma psicopata sangrenta, paul tenta-se libertar mas a mulher parece ser invencível. Até onde pode ir a sua loucura?
E assim, literalmente, a fã prendeu o seu escritor favorito, destruiu uma obra diferente da que estava habituada a ler e quis que ele fosse só dela, escrevesse apenas e só para ela.
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