Questões existenciais. Quem nunca as teve? Por vezes damos connosco a pensar: o que é que os outros pensam de mim? Será que os outros têm tão boa ou tão má impressão da minha pessoa como eu tenho de mim mesmo?
Esta pergunta fez constantemente o Senhor Moscarda (grande apelido) quando um dia se estava a ver ao espelho e a sua mulher lhe disse que ele tinha o nariz ligeiramente virado para o lado direito. Começou aqui uma onda espiral de reflexões que o levaram mesmo á loucura.
Ele começou a questionar-se como é que os outros o viam e como é que ele via os outros. Para a sua mulher ele era um, para a sua cadela era outro, para os seus sócios no banco era outra pessoa…para a sua amante era outra ainda. Ele chega á conclusão que não é ninguém porque cada pessoa que o vê vai vê-lo de uma forma diferente.
Feitas estas cogitações, sendo ele um, ninguém ou cem mil, mediante os olhos que o observam e o que dele esperam, resolve desencadear uma série de atos, pondo á prova justamente o que ele espera dele próprio e o que os outros esperam de si. Isso vai levar a acontecimentos em cadeia, tão trágicos como cómicos.
Ele será dado como louco e acaba numa instituição. Pudera, com tantas reflexões…
Refletindo também, todos nós somos de maneiras diferentes para as pessoas e até animais com quem contactamos. Uma mesma pessoa é filha, irmã, mãe tia, sobrinha, chefe, cliente, utente, amiga, amante, colega…
Um livro que dá que pensar…
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