Wednesday, October 28, 2020

Ler livros- essa atividade violenta e pecaminosa

 

Por vezes tenho dito que há sonhos que me inspiram a criar contos literários. Basta pegar nesta ideia mirabolante e desenvolvê-la um pouco mais. Esta é mais uma situação destas. Que belo argumento para um conto!

 

Começa a estar frio. Começo a ter vontade de fazer ronha e ficar na cama até tarde. É natural que muitos sonhos sucedam. Mas nem pensem que tal vai ser produtivo para o blog!

 

Muitos sonhos também dispersam a atenção. Para além de não me lembrar de todos, dos que me lembro, nem todos possuem aquela fluidez necessária para serem aqui narrados. Há que ter um sentido, contar uma história, por pequena que a narrativa seja.

 

Sonhei que passei por uma escola e a polícia estava a olhar para um ponto com ar intrigado. Perguntei o que se passava. As autoridades disseram-me que os alunos e professores deixaram de ir para as salas de aula para estarem ali ao ar livre a ler livros e a usá-los para atividades menos claras.

 

Aproximei-me. Havia de facto muitos livros por ali espalhados. Professores e alunos não estavam propriamente a usufruir deles como era expectável. Não os estavam a ler propriamente.

 

Intriguei-me. Mas esta gente não aproveitava tanto livro que ali estava? Aproveitavam. Serviam-se deles para agredir, ferir e magoar. Eram incríveis as agressões que infligiam usando um simples e inofensivo livro.

 

Resolvi entrar também na brincadeira e, quando eu entrei em cena, logo taquei o terror. Servindo-me sobretudo de marcadores de livros e aproveitando o quão dolorosos são os cortes de papel, logo espalhei o meu charme.

 

Pelo menos em dois homens apliquei marcadores de livros nos seus braços robustos. Logo o sangue jorrou abundantemente destes ferimentos. Estava insaciável. Estava a divertir-me.

 

Antes de eu lá chegar, as pessoas limitavam-se a bater e a atirar com livros ás cabeças uns dos outros. Quando descobriram que os marcadores dos livros bem aguçados magoavam muito mais, foi o caos. Eu própria tive de me afastar.

 

Deixei-os divertirem-se com as ferramentas que lhes forneci.

 

Ninguém iria morrer daqueles ferimentos mas aquilo magoava a sério!

 

No comments: