Wednesday, October 24, 2012

Queria mandar abater o gato por causa dos cães

Sonhei que tinha chegado certa tarde a casa e a minha mãe anunciou que chegava de tantos animais por la. O Léo- um gato que na realidade desapareceu de lá de casa há anos por ter fugido para o lugar-tinha de ser abatido.

Ainda calma, perguntei a que se devia isso enquanto olhava para o gato a ronronar em cima da cama da minha irmã. Na realidade ele nunca ia para lá. Ela disse que era muita despesa, que havia os cães, que assim não podia ser…

Vim para a rua. O Sol brilhava no terraço que se encontrava em desalinho, com o carro de mão estacionado com uma carrada de comida para os animais. A minha ira crescia. Já levantava a voz e tecia impropérios e ameaças.

Se eu chegasse e não visse o gato da próxima vez que viesse a casa, iriam haver consequências para todos. Partimos para a discussão. Eu falava cada vez mais alto, com o discurso cada vez mais inflamado e mais carregado de impropérios. Já pontapeava objectos com força. Dois bancos de madeira voaram e quase acertaram na minha mãe que também ainda discutia.

Fui outra vez para dentro lavada em lágrimas. A raiva invadia-me. Abracei o gato que ronronava calmamente em cima da cama, alheio à discussão que tinha havido lá fora por sua causa.

Amaldiçoava o facto de não ter espaço em casa e de a casa não ser minha parra levar eu própria o gato e assim salvá-lo do seu destino. Na realidade, quando tiver um dia um apartamento só meu, arranjarei um gato ou dois para me fazer companhia. Sempre que chego a casa e simplesmente passo a mão por cima de uma das minhas gatas, é uma sensação de paz de espírito incrível. Estudos comprovam que fazer festas a um gato alivia o stress e ameniza a depressão e a ansiedade.

Na realidade, a minha mãe sempre chorou a partida desse gato. Agora temos um parecido, da mesma cor e tudo, mas é uma gata pequena que lá colocaram à porta. Essa sim, vai para cima das camas e ronrona bem alto.

Houve também um tempo no passado, quando eu estava ainda em Miranda do Corvo, em que havia imensos gatos lá em casa e a minha mãe ameaçava fazê-los desaparecer. Não foi necessário. Foram sendo atropelados e a minha mãe por todos eles chorou.

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