Friday, October 19, 2012

Mortes súbitas e a demora da minha mãe

Sonhei que pairava um clima um pouco estranho. Era como se uma maldição pairasse pelas imediações de minha casa.

Cheguei a casa numa sexta-feira, como de costume, e deparei-me com a morte por causas naturais e desconhecidas da Teka. Agora já não sonho com atropelamentos de gatos ou de cães.

No dia seguinte, fomos busca outro gato desconhecido de cor amarela a uma propriedade próxima. Eu levava um saco plástico azul para colocar o pequeno gato já sem vida e lamentava o facto de quase não termos gatos em casa. Já não é a primeira vez que sonho que digo isto. Sentia o corpo inerte do gato através da saca. Era uma sensação quase real.

Lia uma revista ou um jornal desportivo enquanto o meu pai e a minha irmã estavam a ver televisão. A minha mãe tinha ido a uma consulta no Centro de Saúde.

Estava a anoitecer e a minha mãe ainda não tinha chegado a casa. Ela tinha saído de casa bem cedo. Digamos que eram aí umas seis da tarde. Estranhando a demora, o meu pai pediu à minha irmã que ligasse para o Centro de Saúde para ver se ela já tinha sido atendida. Caiu-nos o coração aos pés quando nos foi dito que a minha mãe ainda não tinha ido à consulta. Mas por onde andava ela? Começámos a ficar preocupados.

Eu ia vendo uma foto antiga de um pódio de Ciclismo. Dois dos três atletas que ali estavam tinham morrido de forma súbita. Isto e a incerteza quanto ao paradeiro da minha mãe deixou-me angustiada.

Ouvi umas pancadas leves no vidro da porta da sala que se encontrava fechada. Envergando uma espécie de manta cinzenta pelos ombros, entrava a minha mãe em casa satisfeita da vida e sem uma única beliscadela. Como sempre, começou a relatar ao pormenor o que tinha feito. Ficámos todos aliviados.

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