Saturday, August 27, 2011

Um peso que me foi tirado das costas

Tal como sempre acontece quando tenho consultas dos olhos nos Covões, foi com grande apreensão que saí de casa nesta manhã algo fresca de quarta-feira.

O medo de desenvolvimentos no meu estado clínico era imenso, sobretudo porque estou numa fase em que tudo me está a correr muito bem no meu trabalho e eu estou muito feliz por isso. Na medida do possível, sinto-me agora realizada. Só não me sinto feliz na plenitude porque tal é impossível sempre com esta herança genética a impedir que a minha felicidade e realização pessoal atinjam a plenitude.

Se acontecer alguma coisa agora, vai ser um rude golpe para as minhas aspirações. Não sei que mal fiz para merecer isto. Da outra vez também tudo me corria bem. Estava a fazer progressos notáveis no Desporto quando finalmente tinha ajuda, os meus artigos e reportagens estavam a ser bastante elogiados e havia a promessa de outros voos, tinha conseguido ao fim de muitos anos realizar o meu sonho de fazer rádio e ainda surgiu uma proposta de fazer o estágio profissional para uma publicação desportiva onde eu ansiava trabalhar. Tudo acabou num ápice e o meu futuro a partir daí foi uma longa e dolorosa travessia do deserto. Fiquei mesmo sem nada. Acontecer isto de novo seria o fim.

Esperava pela minha vez no corredor onde sempre aguardo com ansiedade que nada de grave aconteça. De referir que foi o último suspiro de vida do meu mp3. Depois disto nunca mais voltou a funcionar.

Chegou a minha vez. Entro sempre naquele consultório como quem entra na sala da forca. Aquele aparelho de medir a tensão ocular é assustador.

Finalmente recebo a notícia de que tudo se encontra na mesma. São as melhores novidades que podem haver. Que alívio! É com a sensação de um peso que me foi tirado de cima das minhas costas que regresso ao trabalho. Estava quase eufórica com o desfecho desta consulta.

O dia de trabalho correu lindamente. Não disfarçava a minha felicidade. Desta já me tinha safado.

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