Saturday, August 27, 2011

Perdi-me

Recordo vagamente ter sonhado que todos os elementos da nossa família haviam padecido de alguns problemas de saúde que nos impediram de comparecer aos nossos compromissos. Eu tinha faltado ao trabalho.

Lembro-me de estar a ouvir umas músicas estranhas. Pareciam canções em Holandês que eu ouvia na minha sala sempre até adormecer.

Recordo-me também de o meu pai tomar uns comprimidos da cor do chocolate que também cheiravam abundantemente a chocolate.

Como não tinha ido trabalhar, aproveitei para fazer uma caminhada na direcção da Moita. Não me recordo se ia sozinha ou com um animal de estimação; cão ou gato.

A certa altura, havia obras na estrada. Ah, agora recordo-me! Levava comigo uma cadela amarela. Desviámo-nos das obras e arrepiámos caminho por outro lado.

Pensei que o caminho me era familiar mas, à medida que progredia, o pânico e a sensação de estar perdida apoderavam-se de mim.

Fui dar a uma espécie de labirinto com caminhos estreitos. Por mais do que uma vez, tive de me arredar para dar passagem a enormes camiões que vinham dos pinhais carregados de madeira. Comecei a ter medo de atravessar.

Estava perto de uma cidade que não conhecia. Havia ao longe prédios castanhos e bem altos. Queria atravessar para a direcção deles mas, sempre que tentava fazê-lo, logo vinha um camião enorme carregado de madeira, muito sorrateira e silenciosamente. Eles que normalmente fazem tanto barulho! Por várias vezes tive de recuar de forma desajeitada quando já ia a meio do caminho.

A tarde caía. A certa altura, pareceu-me ouvir a voz da minha mãe a falar nas imediações dos prédios. Chamei-a com quantas forças tinha e ela veio ao meu encontro. Foi fácil para ela lá chegar. Eu não conseguiria fazer o caminho inverso com medo de ser apanhada por algum veículo pesado.

Ela perguntou-me como tinha vindo parar ali e contou-me que a gata...Preciosa havia tido quatro gatinhos mas a minha mãe não ficou com nem um.

Seguimos juntas de volta a casa.


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