Sunday, November 26, 2006

O pesadelo lilás

Quando acordei fiquei aliviada ao constatar que era outro o quarto onde me encontrava e que tudo não havia passado de um sonho tão infeliz. Quase sempre acontece o inverso. Quando acordo e constato que tudo não passou de um sonho fico a amaldiçoar a hora em que acordei. Desta vez passou-se o contrário e não tive outra alternativa senão apontar as incidências desse sonho recheado de acontecimentos um pouco sinistros.

Eis o que eu apontei no meu caderno no dia 7 de Setembro de 2006 para depois publicar de forma mais desenvolvida no blog:

Sonhei que estava com a minha irmã num local animado. Era uma rua que me dava a sensação de conhecer bem. Havia edifícios modernos e as pessoas passeavam ali alegremente.

A certa altura foi anunciado que a Federação Portuguesa de Basquetebol estava a sortear bilhetes para ir até à Polónia para apoiar a Selecção Nacional. Havia umas senhas numeradas que tinham dado para o efeito. Precipitámo-nos até lá, mas não conseguíamos abrir uma porta de vidro.

Ao fim de muito esforço abrimos a porta e tudo se resolveu.

Encontrávamo-nos agora numa rua com edifícios muito modernos. Tratava-se de uma grande cidade que eu não podia identificar, ao contrário do local que referi anteriormente. Connosco estava também um jovem mulato que parecia ser nosso amigo. Era um rapaz baixo, com o cabelo muito curto ou mesmo rapado que usava um blusão lilás. Andávamos os três por aquele local e tirávamos fotos juntos.

Estamos agora os três na paragem das traseiras do liceu de Anadia onde apanhávamos a camioneta para casa quando lá estudávamos. Ali esperávamos também um autocarro. O local era descrito no sonho conforme ele era na altura. O casaco do nosso companheiro era agora mais roxo- uma cor que domina este sonho.

Olhei para o céu. Umas nuvens negras surgiram sem aviso e, no mesmo instante, começou a chover copiosamente. À pressa, ia tentando proteger objectos que não se podiam molhar arrumando-os desordenadamente dentro de uma mochila. É que aquela tempestade surpreendeu mesmo toda a gente.

É com este estado de coisas que chega o autocarro que nos leva até casa. A mochila já toda encharcada dificulta a minha tarefa de arrumar as coisas. Tinha de me despachar, senão perdia o autocarro. De referir que o autocarro era parecido com os que circulam pela cidade de Coimbra.

Atrapalhada com as coisas molhadas e com a mochila, tento arrumar as coisas à pressa. A minha irmã já está dentro do autocarro e o condutor começa a discutir. Quer que eu me despache rapidamente. Isso ainda me enerva mais.

Olho vagamente para trás e constato que uma multidão rodeia o nosso amigo que se encontra caído no chão molhado. Parece que ele se sentiu mal subitamente. As pessoas afirmam que não há nada a fazer. Ele morreu logo ali.

Peguei nas coisas que ele trazia e entrei finalmente no autocarro. Não conseguia conter a tristeza. Olhei pelo vidro da janela. Já era noite e o caminho estava repleto de candeeiros roxos que me faziam sentir ainda mais triste. Não sei explicar a tristeza imensa que sentia naquele momento do sonho.

Esta cena não se passa em 2006. Passa-se em 2004 ou 2005.

Não sei como, mas os preparativos fúnebres eram lá em casa. Procuro algo de importante que pareço ter esquecido. É grande a minha atrapalhação a abrir, a remexer e a fechar gavetas.

Estava no quanto da minha irmã. Era noite de Futebol e a chuva caía na rua. Associei: estava uma noite igualzinha à que se fazia sentir quando o Feher morreu. Nem mais! Parece que o nosso amigo foi homenageado no estádio. Vestia uma camisola amarela numa foto que lá tinham. Era do Paços de Ferreira ou do Beira-Mar.

Continuava a arrumar as minhas coisas numa só gaveta, apesar de estar a ver que elas não cabiam lá todas.

Havia umas datas por baixo daquela foto: parece que ele nasceu a 18 de Fevereiro. Vagamente pareço ter visto que a data daquele dia era 24 de Maio. 24 de Maio de...2005? Realmente foi um dia terrível para mim.


Na televisão fazem também uma emissão especial dedicada àquele jovem. A homenagem foi feita com um espectáculo de música.

Acordei e pensei nas incidências deste sonho e cheguei a algumas conclusões:
1. Estivemos numa aula a falar de um colega nosso que é de Moçambique. Curiosamente ele nasceu a ...18 de Fevereiro.
2. Ainda nessa aula calhou em conversa dizer que a minha irmã queria em tempos ir para Angola.
3. O papel que eu fiz com os contactos da agência funerária. No sonho procurei esse papel numa gaveta repleta de coisas.
4. Portugal jogou com a Polónia.
5. Comprei uma mochila nova no Pingo Doce e tive de mudar as coisas.
6. A segunda data já eu expliquei em cima o seu significado.

De referir que voltei ainda a adormecer e que sonhei uma coisa completamente oposta. Caminhava na mesma por uma rua desconhecida. Passaram por mim muitos rapazes de bicicleta que me diziam “olá”. Ignorei e segui em sentido contrário ao que eles vinham. A rua ia dar a uma praia cheia de guarda-sóis coloridos e de homens bonitos. O resto do sonho não posso contar.

O dia estava algo enevoado. Quer chova ou faça sol, lá temos de ir para ali ter aquelas aulas tão aborrecidas. O que vale é que aparecem assim algumas coisas caricatas. Ontem faltou a luz e a seguir o alarme desatou numa berraria desenfreada e hoje havia uma garrafa de plástico vazia mesmo no centro do salão. Não sei o que estava ali a fazer.

E como era de prever, as pessoas que tiveram a ideia de mudar o horário chegaram à conclusão (após exaustivas reuniões e noites de extremo cansaço) que o melhor era manter o horário na mesma. Foi o que quisemos ouvir!

Enquanto um colega meu criticava os computadores e os programas, eu ia vendo o que se estava a passar com os ciclistas da Rabobank. Foi então que constatei que o Thomas Dekker teve uma bela prenda de anos: um cão (onde é que eu já vi isto este ano?) atravessou-se à frente dele e ele caiu. Parece que se magoou numa mão. Mas porque é que os cães- com tanto ciclista de tanta equipa que anda na estrada- escolhem sempre os ciclistas da Rabobank para deitarem ao chão? Se calhar não gostam do laranja?

Outro ciclista da Rabobank que também caiu nessa mesma prova foi o espanhol Juan António Flecha. Parece que nesse dia nem deviam ter ido para a estrada!

Voltei a fazer um treino de bicicleta e usei um método que motiva bastante uma pessoa. Disso falarei mais em pormenor num dos próximos textos.

Já que os atletas deficientes se encontram no país da equipa que viu dois dos seus ciclistas caírem, os atletas nacionais resolveram fazer o mesmo. É incrível o azar!

Situação do dia:
Isto nem devia acontecer! Houve duas pessoas que resolveram estacionar os seus fiéis veículos onde eles mais estorvavam: à entrada da ACAPO e à hora da saída das aulas. O resultado pode ser visto nas fotos que se seguem. Para que mais ninguém faça a mesma coisa e que se lembre que há pessoas deficientes visuais a passar ali.

Bacorada do dia:
“Facilitar o mais fácil possível” (assim era uma maravilha!)

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