Sunday, November 05, 2006

O mar como conselheiro

Não dormi naquela noite. O meu espírito estava povoado por inúmeros pensamentos que não me deixavam sossegada.

Apesar dessa noite em claro, peguei nas minhas coisas e rumei à praia. Quem sabe o mar seria bom conselheiro para um dia tranquilo.

O tempo parecia não estar bom para a praia, mas toda aquela neblina iria passar e o Sol iria aparecer para bronzear a pele. Bastam-me dois dias de praia para ficar bronzeada. Ainda bem!

Claro que fui a pé até à paragem e que adormeci no autocarro. Nem a viagem se fazia!

O Sol teimava em não abrir. Queria que aquele dia de praia tivesse Sol de manhã à noite para o aproveitar bem.

O cinzento do mar confundia-se com o cinzento do Céu. Estava algum frio e pouca gente andava na água. Eu adoro ir para o mar assim que chego à praia. Pouso as minhas coisas na areia e, enquanto me banho, vou dando uma espreitadela para me certificar que ninguém mexe na minha mochila ou me enterra a roupa na areia.

Apesar de o tempo estar pouco convidativo para praia e para banhos, a água até nem estava fria. Quando se saía é que se sentia algum frio. Nada melhor do que estar largos minutos dentro de água.

Depois do banho de mar, enrolei-me em duas toalhas com ar de quem tinha muito frio, deitei-me na areia à beira-mar, liguei o rádio e adormeci ao som das ondas. Todo aquele ambiente me dava uma envolvência especial e embalava-me num sono agradável.

Acordei eram já horas de almoçar. Como acontece sempre da parte da tarde, vou para o início da praia porque o mar começa a subir. É aí que fico até à noite.

Depois do almoço peguei num dos meus livrinhos que tinha levado e comecei a ler. O livro falava de ingleses e de uns povos que habitavam algures na Ásia. O rádio estava sempre ligado.

O Sol já queria espreitar timidamente. Eu desesperava por ele. Corria o risco de não me bronzear.

Quando acabei de ler o livro voltei-me a deitar na areia à espera do Sol. Desta vez ele veio e a temperatura tornou-se agradável. Assim fiquei até ir para casa.

Era um daqueles dias em que estava a ser agradável estar na praia até tarde.

Quando cheguei a Anadia, umas senhoras da Moita ofereceram-me boleia. Como eu estava à espera do meu pai, não aceitei. Ir-me -ia arrepender. É que aquela viagem foi atribulada.

Depois daquele percalço que vou contar a seguir, cheguei finalmente a casa e pude descansar toda a noite.

Situação do dia:
Os dias vão ficando cada vez mais pequenos. Por esse facto, o meu pai veio me buscar a Anadia. Só que o inesperado aconteceu. Íamos já a chegar à nossa terra quando a motorizada parou bruscamente naquela parte do caminho onde não existem casas. A roda havia rompido e lá fomos nós a pé com as coisas e com a motorizada à mão até casa de uns senhores. Entregue a motorizada para a virem buscar no dia seguinte, lá fomos a pé cortando a noite escura até casa. A minha mãe devia estar preocupada por causa da demora.

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