Sunday, May 07, 2006

Violência verbal

Depois de um dia em que nada de relevante se passou, fui para casa para gozar mais um fim de semana bem merecido.

Ao anoitecer preparava-me para mais um imperdível “Gato Fedorento” quando uma notícia vinda do sempre violento futebol sul-americano me chamou a atenção. Não é que essas coisas sejam novidade, mas era tanta gente envolvida que quase nem se via se era na bancada ou já dentro do recinto de jogo. O jogo era entre o Corinthians e o River Plate. O que mais me espantou foi o facto de serem os adeptos brasileiros e não os argentinos a provocar os confrontos. Pudera! Quem perdia era a equipa brasileira. Infelizmente, nos países da América do Sul, é prática normal ocorrerem distúrbios. Não sei como é possível a polícia dessas paragens deixar entrar espectadores armados como se fossem para uma qualquer guerra. Ainda o ano passado um jogador paraguaio-salvo erro- foi atingido a tiro durante um jogo. Como foi possível entrar alguém com uma arma de fogo e atingir um jogador de futebol.

No meio disto tudo há sempre aquelas situações mais caricatas com jogadores, adeptos, treinadores e até árbitros a irem ajustar contas para as imediações do estádio. Ainda mais engraçado é o facto de jogadores e treinadores da América Latina protestarem de forma pouco ortodoxa. Lembro-me de um treinador brasileiro baixar as calças para o árbitro e para a polícia como forma de protesto. Com um treinador assim, qual é o jogador que se porta bem durante um jogo?

Cá em Portugal a moda é outra. As invasões de campo, na maioria das vezes, são pacíficas e apenas têm o objectivo de apanhar os jogadores que marcam golos decisivos e tirarem-lhes o equipamento. Aqui impera a violência verbal em que as trocas acesas de palavras funcionam melhor que os petardos arremessados pelos adeptos do Corinthians.

Nos jornais desportivos das rádios dá perfeitamente para ver que a guerra é de palavras. Vejamos: o presidente do Nacional da Madeira estava indignado porque o Porto ia jogar com reservas frente ao Boavista que era um adversário directo dos insulares na luta pela UEFA. O dirigente chegou mesmo a insinuar que a poupança de jogadores seria uma forma de beneficiar o Boavista.

O jogo Rio Ave-Sporting foi quase há uma semana e não se tem falado de outra coisa senão dos estranhos golos desse jogo. Ronald Koeman acendeu uma fogueira que foi sendo alimentada pelos dirigentes e jogadores do Rio Ave, pelos dirigentes de Benfica e Sporting e por Liedson que entrou em guerra verbal com Luís Filipe Vieira.

O campeonato está no fim, mas nem por isso a luta verbal entrará em férias. O defeso costuma ser escaldante e a disputa por este ou aquele jogador levará a autêntico fogo cruzado entre dirigentes dos diverso clubes.

Bacorada do dia:
“Ou foi no Canal 1 ou foi na RTP” (não terá sido na RTP Memória?)

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