Sunday, May 07, 2006

Um quadrado é um rectângulo e um rectângulo é um quadrado

Depois de um saboroso fim de semana prolongado, lá fui eu até Coimbra para mais um dia de pica-boi, como se costuma dizer na minha aldeia.

O descanso ainda tira mais a vontade de começar uma nova semana de trabalho. Quanto mais se descansa, mais vontade se tem de descansar. Muito complexo é o Ser Humano!

Tem se notado alguma animação entre nós. Depois de umas ténues lições de Latim para tentar compreender a origem das palavras que hoje utilizamos, veio uma aula de Matemática dedicada à Geometria. Aí deu-se uma situação engraçada quando tivemos de definir cada um dos polígonos. Chegou-se à conclusão que um quadrado é um rectângulo com os lados todos iguais e que um rectângulo é um quadrado com os lados iguais dois a dois.

O treino foi bastante puxado. Estavam os jogadores da Académica a treinar no relvado e eu andei a mostrar as minhas habilidades. Andei a rolar 35 minutos, o que deu 11 voltas na pista 6 ou 7. Depois de alguns alongamentos fiz cinco aberturas de cerca de 80 metros. Durante esse período ligaram a instalação sonora. A música saía quase como se fosse uma discoteca. Os ritmos eram mexidos e davam outra disposição a quem estava a treinar. No intervalo de cada recta eu cantava a plenos pulmões o “Love Generation”. Era uma forma de me descontrair.

A noite chegou com uma boa notícia: as minhas calças de pijama apareceram. (ver texto “E alguma coisa o vento levou”) A minha senhoria encontrou-as em cima do tanque. Não avançaram mais dali.

Situação do dia:
Quando se está na paragem ou mesmo dentro do autocarro, por vezes, assiste-se a cada cena! Já assisti a coisas e conversas inacreditáveis. Que pena nessa altura não poder partilhar esses curiosos momentos. Hoje conto a situação que se passou na paragem enquanto esperava a camioneta. Duas senhoras- uma mais idosa e outra mais jovem- conversavam. Falavam sobre um ferro de engomar que tinha desaparecido de casa da senhora mais velha. Ela desconfiava de uma outra senhora que costumava trabalhar para ela, a julgar pelo que eu consegui apanhar do diálogo. Parece que a presumível ladra do ferro costumava tratar as hortas, as vinhas ou lá o que era da queixosa. O mais incrível é que, dias antes, a empregada disse à patroa que precisava de comprar um ferro novo porque o seu já estava velho e enferrujado. A senhora desconfia que ela tenha ocultado o ferro dentro de uma galocha das que ela calçava para tratar as terras. Minutos mais tarde, as duas intervenientes no diálogo entraram em acesa discussão, imagine-se, porque uma delas garantia que ainda era da família da outra. Era ridículo! Toda a gente olhava para elas sem perceber nada. Aquela estranha conversa só foi interrompida pela chegada do autocarro. Ele há cada uma!

Bacorada do dia:
“Aquilo não era para todos os cegos verem?” (o objectivo inicial era esse, mas alguém nos disse que isso era uma utopia, que era pedir demais, que era algo impossível de se realizar, que éramos loucos, que não tínhamos os pés bem assentes na Terra...)

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